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Doleira da Lava Jato é condenada a 18 anos de prisão

Nelma Kodama foi namorada do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Lava Jato, e com ele manteve negócios no mercado paralelo do dólar

Dinheiro: estrutura da organização desmontada pela Operação Lava Jato era mantida por 4 doleiros (Marcos Santos / USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 16h18.

São Paulo - A doleira Nelma Kodama, também conhecida como "Dama do Mercado", foi condenada a 18 anos de prisão e multa por liderar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado de forma fraudulenta R$ 221 milhões em dois anos e enviado para o exterior outros de U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares.

Nelma foi namorada do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Lava Jato, e com ele manteve negócios no mercado paralelo do dólar.

Na madrugada de 15 de março, ela foi flagrada embarcando com 200 mil euros dentro da calcinha para Milão, na Itália.

Dois dias depois, a Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal.

A doleira foi condenada pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, corrupção ativa e operação irregular de instituição financeira.

"O emprego de esquemas sofisticados de evasão, não inerentes aos crimes, e acessíveis apenas a criminosos de grande sofisticação merece especial reprovação, devendo ser valoradas negativamente as circunstâncias dos crimes", afirma o juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, em sua decisão.

O magistrado afirmou ainda que "as provas colacionadas neste mesmo feito indicam, porém, que (Nelma) faz da prática de crimes financeiros o seu meio de vida".

A condenação de Nelma ocorreu em uma das 12 ações penais em tramitação na Justiça Federal do Paraná.

Nesta ação, outros 8 investigados foram denunciados pela Procuradoria da República.

Apenas o réu João Huang, que intermediava a abertura de contas do grupo em Hong Kong, está foragido, e por isso o juiz determinou o desmembramento da ação referente a ele.

Todos os outros réus foram condenados.

Grupo

Apontada como braço direito de Nelma, Iara Galdino era a principal administradora das empresas de fachada do grupo e foi condenada a 11 anos e pagamento de multa.

Além dela, a mãe de Nelma, Maria Dirce Penasso, que emprestou seu nome para a abertura de contas da empresa Il Solo Tuo na China, também utilizada pelo grupo, foi condenada a dois anos um mês e dez dias de prisão em regime aberto.

A conta em nome da mãe da doleira recebeu 16 remessas de dinheiro do Brasil oriundas da empresa Da Vinci, controlada por Nelma.

As remessas totalizaram U$S 841,6 mil e EU 139,4 mil.

O juiz federal Sérgio Moro decretou o confisco dos ativos dos condenados.

Uma das acusações contra Nelma foi por corrupção ativa - ela corrompeu o gerente de uma agência do Banco do Brasil, segundo a Lava Jato, para viabilizar uma remessa ilegal de valores para o exterior.

A estrutura da organização desmontada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, era mantida por quatro doleiros, entre eles Nelma Kodama.

Quando foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo com os euros na calcinha, Nelma alegou que o dinheiro era destinado à "aquisição de móveis, pois participaria de um encontro de empresários estrangeiros do ramo de decoração".

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São Paulo - A doleira Nelma Kodama, também conhecida como "Dama do Mercado", foi condenada a 18 anos de prisão e multa por liderar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado de forma fraudulenta R$ 221 milhões em dois anos e enviado para o exterior outros de U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares.

Nelma foi namorada do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Lava Jato, e com ele manteve negócios no mercado paralelo do dólar.

Na madrugada de 15 de março, ela foi flagrada embarcando com 200 mil euros dentro da calcinha para Milão, na Itália.

Dois dias depois, a Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal.

A doleira foi condenada pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, corrupção ativa e operação irregular de instituição financeira.

"O emprego de esquemas sofisticados de evasão, não inerentes aos crimes, e acessíveis apenas a criminosos de grande sofisticação merece especial reprovação, devendo ser valoradas negativamente as circunstâncias dos crimes", afirma o juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, em sua decisão.

O magistrado afirmou ainda que "as provas colacionadas neste mesmo feito indicam, porém, que (Nelma) faz da prática de crimes financeiros o seu meio de vida".

A condenação de Nelma ocorreu em uma das 12 ações penais em tramitação na Justiça Federal do Paraná.

Nesta ação, outros 8 investigados foram denunciados pela Procuradoria da República.

Apenas o réu João Huang, que intermediava a abertura de contas do grupo em Hong Kong, está foragido, e por isso o juiz determinou o desmembramento da ação referente a ele.

Todos os outros réus foram condenados.

Grupo

Apontada como braço direito de Nelma, Iara Galdino era a principal administradora das empresas de fachada do grupo e foi condenada a 11 anos e pagamento de multa.

Além dela, a mãe de Nelma, Maria Dirce Penasso, que emprestou seu nome para a abertura de contas da empresa Il Solo Tuo na China, também utilizada pelo grupo, foi condenada a dois anos um mês e dez dias de prisão em regime aberto.

A conta em nome da mãe da doleira recebeu 16 remessas de dinheiro do Brasil oriundas da empresa Da Vinci, controlada por Nelma.

As remessas totalizaram U$S 841,6 mil e EU 139,4 mil.

O juiz federal Sérgio Moro decretou o confisco dos ativos dos condenados.

Uma das acusações contra Nelma foi por corrupção ativa - ela corrompeu o gerente de uma agência do Banco do Brasil, segundo a Lava Jato, para viabilizar uma remessa ilegal de valores para o exterior.

A estrutura da organização desmontada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, era mantida por quatro doleiros, entre eles Nelma Kodama.

Quando foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo com os euros na calcinha, Nelma alegou que o dinheiro era destinado à "aquisição de móveis, pois participaria de um encontro de empresários estrangeiros do ramo de decoração".

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