Delator foi obrigado por Janot a mentir, acusa Eduardo Cunha
Presidente da Câmara foi acusado por delator da Lava Jato de ter pedido US$ 5 milhões em propina por contrato
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2015 às 18h47.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu na tarde desta quinta-feira, 16, à informação de que o delator da Operação Lava Jato Júlio Camargo disse à Justiça Federal que ele teria pedido US$ 5 milhões em propina por contrato.
Após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da agenda legislativa do segundo semestre, Cunha disse que Camargo foi obrigado a mentir pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"O delator foi obrigado a mentir. E acho muito estranho ser na véspera do pronunciamento que estou citando e em uma semana que a parte do Poder Executivo envolvido no cumprimento dos mandados judiciais tenha agido com aquela fanfarronice toda. Ou seja, há um objetivo claro de constranger o Poder Legislativo e que pode ter o Poder Executivo por trás em articulação com o procurador-geral da República", acusou.
Cunha disse achar "estranho" que, num período de aprofundamento de discussão de um eventual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, queiram, nas suas palavras, "constranger o Poder Legislativo".
"Acho isso um absurdo e não vou aceitar ser constrangido", avisou.
O peemedebista criticou o "estardalhaço" feito na Operação Politeia, "com helicóptero em prédio de senador". O presidente da Câmara disse que não se deixará fragilizar pelo episódio.
Sobre o depoimento de Camargo, Cunha reiterou que se trata de "ilação" e que sua fala não traz nenhum fato concreto.
"Esta delação que foi feita dele não existe. Ela é nula porque foi homologada por autoridade incompetente. Se eu faço parte da delação dele, não é o juiz que poderia homologá-la", concluiu.
Cunha terá um pronunciamento em cadeia de rádio e TV amanhã e não pretende alterar seu discurso. Ele explicou que o pronunciamento será sobre as atividades da Casa e não para sua defesa pessoal.
Ele se dispôs a retornar na CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos, se for necessário. Também se colocou à disposição para participar de acareação com o delator, que já foi convocado.
"Eu faço olho no olho com quem quiser, não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Quem não deve não teme. E ele está mentindo. E o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa", afirmou.
O peemedebista não demonstrou preocupação com os depoimentos dos representantes da Mitsui e da Samsung Heavy Industries, que estavam marcados para esta semana e serão reagendados. "Que investiguem tudo", disse.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu na tarde desta quinta-feira, 16, à informação de que o delator da Operação Lava Jato Júlio Camargo disse à Justiça Federal que ele teria pedido US$ 5 milhões em propina por contrato.
Após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da agenda legislativa do segundo semestre, Cunha disse que Camargo foi obrigado a mentir pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"O delator foi obrigado a mentir. E acho muito estranho ser na véspera do pronunciamento que estou citando e em uma semana que a parte do Poder Executivo envolvido no cumprimento dos mandados judiciais tenha agido com aquela fanfarronice toda. Ou seja, há um objetivo claro de constranger o Poder Legislativo e que pode ter o Poder Executivo por trás em articulação com o procurador-geral da República", acusou.
Cunha disse achar "estranho" que, num período de aprofundamento de discussão de um eventual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, queiram, nas suas palavras, "constranger o Poder Legislativo".
"Acho isso um absurdo e não vou aceitar ser constrangido", avisou.
O peemedebista criticou o "estardalhaço" feito na Operação Politeia, "com helicóptero em prédio de senador". O presidente da Câmara disse que não se deixará fragilizar pelo episódio.
Sobre o depoimento de Camargo, Cunha reiterou que se trata de "ilação" e que sua fala não traz nenhum fato concreto.
"Esta delação que foi feita dele não existe. Ela é nula porque foi homologada por autoridade incompetente. Se eu faço parte da delação dele, não é o juiz que poderia homologá-la", concluiu.
Cunha terá um pronunciamento em cadeia de rádio e TV amanhã e não pretende alterar seu discurso. Ele explicou que o pronunciamento será sobre as atividades da Casa e não para sua defesa pessoal.
Ele se dispôs a retornar na CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos, se for necessário. Também se colocou à disposição para participar de acareação com o delator, que já foi convocado.
"Eu faço olho no olho com quem quiser, não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Quem não deve não teme. E ele está mentindo. E o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa", afirmou.
O peemedebista não demonstrou preocupação com os depoimentos dos representantes da Mitsui e da Samsung Heavy Industries, que estavam marcados para esta semana e serão reagendados. "Que investiguem tudo", disse.