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Delator fala em pagamento de R$ 2 mi a Renan para evitar CPI

Em uma conversa, o doleiro Alberto Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras

Renan Calheiros: senador já é alvo de ao menos seis inquéritos perante o STF por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 19h13.

Brasília - Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Ceará, disse que em "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista.

Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras .

O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, tampouco se o pagamento foi feito.

De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver".

Renan Calheiros já é alvo de ao menos seis inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal ( STF ) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Entre as apurações envolvendo o peemedebista, está a investigação por suposta formação da quadrilha.

No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió, Alagoas - Estado de Calheiros.

Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro em Recife (PE) e entrega em Alagoas, Youssef teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado a Renan Calheiros.

O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, a um homem que o emissário de Youssef não sabe identificar.

Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita depressa, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió.

"Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato , sobre a resposta de Youssef.

A terceira menção a Calheiros feita pelo delator menciona uma operação de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pensão.

De acordo com o entregador de dinheiro de Youssef, o doleiro disse que "havia a participação de Renan Calheiros nessa operação".

Ele não soube precisar aos investigadores, no entanto, detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Brasília para conversar com o peemedebista a respeito, mas não conseguiu falar com o senador.

Os depoimentos de Ceará foram prestados entre o final de junho e o início de julho deste ano, na Procuradoria-Geral da República.

As declarações foram mantidas sob sigilo até este mês, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documentação.

A defesa de Calheiros afirmou que não teve acesso ainda ao depoimento e que o senador prestará esclarecimentos quando tiver a delação em mãos.

O advogado de Calheiros, Eugênio Pacelli, disse ainda que "tais declarações do delator são de uma inconsistência que falam por si".

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Brasília - Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Ceará, disse que em "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista.

Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras .

O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, tampouco se o pagamento foi feito.

De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver".

Renan Calheiros já é alvo de ao menos seis inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal ( STF ) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Entre as apurações envolvendo o peemedebista, está a investigação por suposta formação da quadrilha.

No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió, Alagoas - Estado de Calheiros.

Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro em Recife (PE) e entrega em Alagoas, Youssef teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado a Renan Calheiros.

O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, a um homem que o emissário de Youssef não sabe identificar.

Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita depressa, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió.

"Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato , sobre a resposta de Youssef.

A terceira menção a Calheiros feita pelo delator menciona uma operação de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pensão.

De acordo com o entregador de dinheiro de Youssef, o doleiro disse que "havia a participação de Renan Calheiros nessa operação".

Ele não soube precisar aos investigadores, no entanto, detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Brasília para conversar com o peemedebista a respeito, mas não conseguiu falar com o senador.

Os depoimentos de Ceará foram prestados entre o final de junho e o início de julho deste ano, na Procuradoria-Geral da República.

As declarações foram mantidas sob sigilo até este mês, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documentação.

A defesa de Calheiros afirmou que não teve acesso ainda ao depoimento e que o senador prestará esclarecimentos quando tiver a delação em mãos.

O advogado de Calheiros, Eugênio Pacelli, disse ainda que "tais declarações do delator são de uma inconsistência que falam por si".

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