Conselho de igrejas cristãs critica impeachment
A posição da entidade não é acompanhada por lideranças evangélicas favoráveis a Cunha, que é membro da Assembleia de Deus de Madureira
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 09h41.
Rio - O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, divulgou nota em que afirma que o presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se baseou em "argumentos frágeis" ao abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A posição da entidade não é acompanhada por lideranças evangélicas ouvidas pela reportagem, favoráveis a Cunha, que é membro da Assembleia de Deus de Madureira.
No documento, o Conic sustenta que o processo de impeachment não tem legitimidade e que o afastamento de Dilma "nos conduziria para situações caóticas".
"Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República", diz o pronunciamento.
"Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação."
Já o pastor Omar Silva da Costa, presidente do Conselho Nacional de Pastores e da Convenção Geral das Igrejas Assembleias de Deus no Brasil, disse que as duas instituições defendem a abertura do processo.
"Se Dilma for condenada, deve não só perder o mandado, como também ir para atrás das grades, onde já está José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil). Mandamos e-mails para os pastores pedindo para orar pelas autoridades. Mas a autoridade que está fazendo um governo injusto, vivendo de corrupção, como foi provado pela Operação Lava Jato, deve ser condenada", disse.
Na sua página na rede social Twitter, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, comemorou a abertura do processo de impeachment e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por defender sua sucessora e correligionária.
"Lula reclamando do encaminhamento do impeachment de Dilma, dizendo que é insanidade, é um brincalhão, farsante, o PT fez isso com outros governos", escreveu.
O presidente do Conselho Político da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor Lelis Washington, não só apoiou a atitude de Cunha, como afirmou que ele demorou muito tempo para tomá-la.
Autonomia
Pastora luterana e ex-presidente do Conic, Lusmarina Garcia disse que o impeachment não tem bases legais, pois sua "argumentação legal" é "muito frágil".
"É uma ação irresponsável por parte do presidente da Câmara e uma agressão às regras da democracia. Dilma foi democraticamente eleita e o seu impeachment seria um golpe", disse ela, que considerou "natural" e "previsível" a Assembleia de Deus se manifestar a favor do processo, já que Dilma "contraria alguns interesses conservadores".
Clemir Fernandes, pastor da Igreja Batista e sociólogo do Instituto de Estudos da Religião (Iser), afirma que nem sempre as crenças têm a mesma opinião política, mas que o cenário é comentado pelos líderes em cultos.
"Nas igrejas em que circulo, mesmo que um pastor manifeste uma posição política, isso não tem alterado as opiniões dos fiéis." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, divulgou nota em que afirma que o presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se baseou em "argumentos frágeis" ao abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A posição da entidade não é acompanhada por lideranças evangélicas ouvidas pela reportagem, favoráveis a Cunha, que é membro da Assembleia de Deus de Madureira.
No documento, o Conic sustenta que o processo de impeachment não tem legitimidade e que o afastamento de Dilma "nos conduziria para situações caóticas".
"Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República", diz o pronunciamento.
"Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação."
Já o pastor Omar Silva da Costa, presidente do Conselho Nacional de Pastores e da Convenção Geral das Igrejas Assembleias de Deus no Brasil, disse que as duas instituições defendem a abertura do processo.
"Se Dilma for condenada, deve não só perder o mandado, como também ir para atrás das grades, onde já está José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil). Mandamos e-mails para os pastores pedindo para orar pelas autoridades. Mas a autoridade que está fazendo um governo injusto, vivendo de corrupção, como foi provado pela Operação Lava Jato, deve ser condenada", disse.
Na sua página na rede social Twitter, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, comemorou a abertura do processo de impeachment e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por defender sua sucessora e correligionária.
"Lula reclamando do encaminhamento do impeachment de Dilma, dizendo que é insanidade, é um brincalhão, farsante, o PT fez isso com outros governos", escreveu.
O presidente do Conselho Político da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor Lelis Washington, não só apoiou a atitude de Cunha, como afirmou que ele demorou muito tempo para tomá-la.
Autonomia
Pastora luterana e ex-presidente do Conic, Lusmarina Garcia disse que o impeachment não tem bases legais, pois sua "argumentação legal" é "muito frágil".
"É uma ação irresponsável por parte do presidente da Câmara e uma agressão às regras da democracia. Dilma foi democraticamente eleita e o seu impeachment seria um golpe", disse ela, que considerou "natural" e "previsível" a Assembleia de Deus se manifestar a favor do processo, já que Dilma "contraria alguns interesses conservadores".
Clemir Fernandes, pastor da Igreja Batista e sociólogo do Instituto de Estudos da Religião (Iser), afirma que nem sempre as crenças têm a mesma opinião política, mas que o cenário é comentado pelos líderes em cultos.
"Nas igrejas em que circulo, mesmo que um pastor manifeste uma posição política, isso não tem alterado as opiniões dos fiéis." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.