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Como o Fórum Econômico Mundial enxerga o Brasil

Estudo avalia 12 pilares essenciais para aumentar a competitividade do país

Como o Fórum Econômico Mundial enxerga o Brasil
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 11h52.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h40.

São Paulo - O ranking de competitividade global elaborado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial mostra o Brasil em 58º lugar, em um total de 139 países. A lista é liderada pela Suíça, vindo em seguida Suécia, Singapura, Estados Unidos e Alemanha.Entre 2007 e 2009, o Brasil saltou 16 posições no ranking, chegando ao 56º lugar (em 2010, o país perdeu duas posições). De acordo com o estudo do Fórum, o Brasil viveu uma fase de "impressionante tendência de alta. A recente escalada do país na lista reflete os notáveis esforços feitos nos últimos 20 anos na direção da estabilidade macroeconômica".Para o Fórum, entretanto, ainda há desafios que a economia brasileira precisa superar para que o país possa aproveitar todo seu potencial competitivo. Um raio-x feito pela entidade, com informações da Fundação Dom Cabral e do Movimento Brasil Competitivo, avaliou todos os países em 12 categorias consideradas pilares do desenvolvimento e da competitividade. Este estudo detalhado aponta os méritos e as deficiências do Brasil, um país para o qual todos olham esperando ver nele "uma das peças centrais na engrenagem da economia mundial".As categorias avaliadas pelo Fórum Econômico são: instituições públicas; infraestrutura; ambiente macroeconômico; saúde e educação primária; ensino superior; eficiência na produção de bens; eficiência do mercado de trabalho; desenvolvimento do mercado financeiro; preparo tecnológico e inovação; tamanho do mercado interno; e sofisticação do ambiente de negócios.Leia mais sobre infraestrutura e crescimento Siga as notícias do canal de Economia no Twitter
  • 2. Autoridades brasileiras ainda são pouco confiáveis

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  • São Paulo - O primeiro pilar da competitividade avaliado pelo Fórum Econômico Mundial é a qualidade das instituições públicas. Neste critério, o Brasil é mal avaliado, ficando em 93º, entre 139 países. Os cinco primeiros do ranking são Singapura, Suécia, Nova Zelândia, Finlândia e Dinamarca.Com base em informações fornecidas pela Fundação Dom Cabral, o relatório do Fórum elabora o veredicto: o baixo desempenho brasileiro neste critério se deve à baixa credibilidade que os políticos têm diante da população. O estudo também cita o pequeno grau de confiança dos cidadãos nos responsáveis por elaborar e aplicar as leis.Segundo o estudo, a importância deste pilar está no fato de que o papel do governo vai além das providências legais. "As atitudes do governo para com os mercados, sua eficiência e competitividade são muito importantes, porque a burocracia excessiva, a falta de transparência e a dependência política do sistema jurídico atrasam o processo de desenvolvimento econômico", diz o estudo.
  • 3. Infraestrutura brasileira tem muitos desafios pela frente

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  • São Paulo - "Uma extensa e eficiente infraestrutura é algo crítico para assegurar o efetivo funcionamento da economia de um país. Ela reduz os efeitos da distância entre regiões e integra o mercado nacional." É assim que o estudo do Fórum Econômico Mundial destaca a importância do segundo pilar para o desenvolvimento da competitividade de um país.No caso do Brasil, o estudo traz boas notícias. O Brasil atualmente é o 62º no ranking segundo o critério da infraestrutura, o que significa um pulo de 12 posições com relação a 2009. Os líderes mundiais nesta categoria são Hong Kong, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França e Singapura.Entretanto, mesmo com a melhor geral, o país apresenta diversos pontos críticos em sua infraestrutura. Alguns deles, destacados pelo estudo, são a rede portuária (uma das piores do mundo, em 123º lugar), as estradas e transportes em geral, a malha ferroviária e a rede de comunicação móvel (celulares).O relatório mostra que, embora o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tenha sido um passo significante na direção certa, ainda é preciso haver maior sinergia entre as autoridades estaduais e federais, para que sejam feitos maiores investimentos em infraestrutura. "Grandes investimentos privados também deveriam ser feitos, através de uma regulação mais amigável e previsível, com mecanismos de mitigação dos riscos."
  • 4. Ambiente econômico brasileiro perde para o do Kuwait

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    São Paulo - No Brasil, a melhora do ambiente macroeconômico - terceiro pilar da competitividade segundo o Fórum Econômico Mundial - nos últimos 20 anos é digna de nota. A estabilidade, aliada à força do mercado interno, permitiram ao país "reagir com sucesso aos impactos da crise econômica".Apesar disso, em 2010 o país é somente o 111º colocado no ranking do Fórum levando em conta apenas esta variável. Os melhores ambientes econômicos são os de Brunei, Kuwait, Oman, China e Suíça. "Apesar do progresso feito para conseguir sustentabilidade fiscal, o ambiente macroeconômico permanece preocupante, com uma taxa de poupança notavelmente baixa, uma elevada taxa de juros e de spread bancário, e alta dívida pública (48% do PIB)", aponta o estudo. Na foto ao lado, a sede do Banco Central, um dos responsáveis pela manutenção do ambiente econômico no país.
  • 5. Brasil precisa eliminar disparidades na educação e saúde

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    São Paulo - O quarto pilar para o desenvolvimento da competitividade dos países é a saúde, em conjunto com a educação primária. Segundo o estudo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é o 87º no ranking segundo este critério. Os cinco primeiros da lista são Bélgica, Finlândia, Singapura, Islândia e Nova Zelândia.Segundo o relatório, o Brasil tem o grande desafio de melhorar a qualidade da educação de seus habitantes em todos os níveis. Além disso, ainda há necessidade de eliminar as grandes disparidades de acesso à educação e à saúde existentes entre as regiões do país.
  • 6. Ensino superior funciona relativamente bem no Brasil

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    São Paulo - O ensino superior é um dos destaques do Brasil, de acordo com estudo do Fórum Econômico Mundial. No ranking que considera apenas este critério, o país é o 58º colocado, entre 139 países. Os líderes em educação superior são Finlândia, Suécia, Dinamarca, Suíça, Singapura.Algumas das instituições do país têm reconhecimento internacional e estão entre as melhores da América Latina, como a Universidade de São Paulo (foto) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "O Brasil tem um ensino superior que funciona relativamente bem, com destaque para o treinamento de profissionais on the job (expressão que descreve o treinamento dos profissionais no próprio ambiente de trabalho)", diz o estudo.
  • 7. Setor produtivo e mercado de trabalho são engessados

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    São Paulo - Considerando o critério da eficiência na produção de bens, o Brasil está na 114ª colocação no ranking elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Os cinco primeiros da lista são Singapura, Hong Kong, Luxemburgo, Suíça eSuécia."O setor produtivo do Brasil apresenta uma considerável rigidez que impede a alocação de recursos da forma mais eficiente", explica o relatório.A mesma descrição se aplica ao mercado de trabalho no país. O país ocupa o 96º lugar no ranking dos mercados de trabalho mais eficientes. Os cinco primeiros da lista são Singapura, Suíça, Hong Kong, Estados Unidos e Dinamarca.
  • 8. Mercado financeiro no Brasil é um dos mais sofisticados da AL

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    São Paulo - Em um total de 139 países, o Brasil ocupa o 50º lugar na lista dos que tem os mercados financeiros mais desenvolvidos. "O país exibe um dos mais sofisticados mercados da América Latina", afirma o relatório do Fórum Econômico Mundial.Segundo o estudo, esta é uma característica crucial para que o Brasil possa potencializar sua competitividade diante de outras nações. "Um setor financeiro eficiente é capaz de alocar os recursos economizados pelos cidadãos da forma mais produtiva possível. Para garantir isto, o país deve contar com instituições financeiras confiáveis e transparentes", diz o relatório.Os cinco mercados mais desenvolvidos são os de Hong Kong, Singapura, Austrália, Finlândia e Noruega.
  • 9. Brasil chama a atenção pela capacidade de inovar

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    São Paulo - A capacidade de inovação do setor produtivo e de serviços no Brasil é a 42ª melhor, entre 139 países, segundo estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Os cinco primeiros países da lista são Estados Unidos, Suíça, Finlândia, Japão e Suécia.Posição semelhante é a que o país ocupa quando o critério é o preparo tecnológico: 54º lugar. Os líderes mundiais são Suécia, Luxemburgo, Holanda, Islândia e Hong Kong."O Brasil tem uma importante economia de escala e uma larga base capaz de absorver e adaptar tecnologias e incorporar processos e inovação de produtos", explica o relatório do Fórum Mundial.
  • 10. Mercado interno salvou Brasil da crise

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    São Paulo - O estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial mostra que o Brasil tem o 10º maior mercado interno do mundo. À frente dele estão países como Estados Unidos, China, Japão, Índia e Alemanha (os cinco primeiros colocados).Esta é uma das maiores vantagens competitivas do país, segundo o estudo. O mercado consumidor brasileiro é apontado por especialistas como o principal trunfo que o país exibiu durante sua passagem - praticamente sem arranhões - pela crise. Ele foi responsável por impulsionar o crescimento econômico em um período no qual quase todas as economias desenvolvidas tiveram problemas.
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