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Com mísseis e franco-atirador, Brasília se blinda para posse de Bolsonaro

Um decreto presidencial permitirá que mísseis antiaéreos possam derrubar aviões "hostis" que violem o espaço delimitado como área de segurança

Bolsonaro: a medida também abrange os drones, que poderão ser "abatidos" pelos franco-atiradores (Adriano Machado/Reuters)
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EFE

Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 14h42.

Brasília — Com um reforço policial insólito nas ruas e bloqueios em diferentes pontos da cidade, Brasília amanheceu blindada nesta segunda-feira para a posse do futuro presidente, Jair Bolsonaro .

O temor de um novo atentado contra Bolsonaro, que foi esfaqueado em setembro em plena campanha eleitoral, elevou o alerta das autoridades e obrigou o desdobramento de um esquema de segurança sem precedentes na capital.

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"É um presidente que sofreu um atentado, uma agressão à sua própria vida, por isso, temos que aumentar os níveis de segurança, os controles de acesso e a precaução", antecipou neste domingo o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, responsável por todo o procedimento.

Por isso, um decreto presidencial permitirá a partir da meia-noite de hoje que mísseis antiaéreos com até sete quilômetros de alcance e dirigidos por laser possam derrubar aviões "hostis" que violem o espaço delimitado como área de segurança durante a posse do novo presidente.

A medida também abrange os drones, que poderão ser "abatidos" pelos franco-atiradores distribuídos ao longo da Esplanada dos Ministérios, incluindo o Congresso, onde Bolsonaro jurará a Constituição antes de assumir o poder.

A Esplanada estará cercada por cercas de arame farpado e concertina para impedir a livre circulação do público na cerimônia, que reunirá entre 250.000 e 500.000 pessoas.

Polícia e membros do exército revistaram hoje a área por onde amanhã circulará Bolsonaro e instalaram barreiras de concreto nas portas de entrada da via para evitar a passagem de veículos não autorizados.

Ainda não se sabe se o presidente eleito percorrerá a Esplanada em um Rolls Royce Silver Wraith conversível, como marca a tradição, ou em um veículo blindado, depois que a Polícia Federal revelou que investiga uma ameaça terrorista planejada para a posse.

A decisão final será do próprio Bolsonaro, que amanhã sucederá Michel Temer depois de vencer as eleições de outubro com 55% dos votos, frente ao 45% obtido pelo candidato do PT, Fernando Haddad.

Após deixar o Congresso, Bolsonaro receberá a faixa presidencial no Palácio do Planalto, no marco de uma cerimônia na qual está prevista a presença de 11 chefes de Estado ou de governo, entre eles o de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem o futuro presidente estreitou os laços.

A chegada ao poder do capitão da reserva do exército mobilizou também centenas de brasileiros provenientes de diversas cidades do país que se deslocaram até a capital para acompanhar Bolsonaro.

Sua posse também captou a atenção de um séquito de jornalistas nacionais e internacionais, que nos últimos meses precisaram contornar as informações desencontradas que marcaram o processo de transição.

O procedimento para acompanhar a tomada de comando de Bolsonaro é mais embaraçoso que em ocasiões anteriores e, pela primeira vez em uma posse no Brasil, os profissionais de informação serão transferidos de ônibus até lugares previamente designados e que não poderão deixar até que não conclua totalmente a cerimônia.

A essa lista de medidas de segurança se somam outras proibições. No evento não estará permitido o uso de mochilas, carrinhos de bebê, guarda-chuvas, garrafas de água e o público presente deverá ser submetido a estritas revisões antes de entrar na Esplanada dos Ministérios.

A posse de Bolsonaro, de 63 anos, e do seu vice-presidente, Hamilton Mourão, marca o início de um governo de quatro anos no qual o ultradireitista pretende implantar um programa econômico liberal, uma agenda social conservadora e uma política externa mais próxima ao norte e afastada do sul.

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