Ciro: Brasil não terá paz enquanto Lula não tiver recuperado a liberdade
Ciro voltou a criticar o Judiciário, citando dia em que desembargador Rogério Favreto concedeu habeas corpus ao ex-presidente, decisão que Moro não cumpriu
Reuters
Publicado em 19 de julho de 2018 às 20h45.
Brasília - Em um evento com sindicalistas, nesta quinta-feira em Brasília, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes , adotou um discurso mais de esquerda, defendeu a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e voltou a criticar o Judiciário e o Ministério Público.
"O Brasil nunca será um país em paz enquanto Lula não tiver recuperado sua liberdade", disse Ciro, sendo aplaudido pelo público composto basicamente de sindicalistas.
Ciro voltou a criticar o Judiciário, citando o domingo em que o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional da Federal da 4ª Região concedeu um habeas corpus ao ex-presidente, decisão que o juiz da primeira instância, Sérgio Moro, decidiu não cumprir e depois de muito vaivém, foi revogada pelo presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores.
"Olhando para a política a gente percebe todo dia até uma irresponsabilidade de uma parte da nossa grande mídia, todo dia o mau exemplo do privilégio, da roubalheira e um verdadeiro caos institucional. Procurador fazendo política, juiz fazendo política, invadindo as atribuições uns aos outros, dos Poderes."
Ciro afirmou que a guerra de decisões sobre Lula foi uma "aberração" que assistiu "assustado".
"Como é que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência, a violência e o caos", afirmou.
Lula lidera as pesquisas de intenção de voto. Em sondagem CNI/Ibope do mês passado, Ciro apareceu com 8 por cento das intenções de voto no cenário sem o petista e com 4 por cento com o petista.
"Cometo erros"
Em um discurso talhado para o público que o ouvia, Ciro afirmou que o Brasil vive a maior crise da sua história moderna, uma crise "de muitas caras" --econômica, social e moral-- e que tem consciência do que lhe espera no que chamou de "campo minado" e "baderna" no país. E reconheceu que também comete erros.
"Eu não sou o dono da verdade, não sou poupado do erro, eu cometo erros. Eu cometo erros e não me custa nada reconhecer erros. Mas nenhum deles foi por deserção do que me trouxe à vida pública de volta, que é o compromisso e o amor a essa terra e a esse povo", afirmou.
"Quem quer que queira me ouvir veja que esse governo que eu liderar servirá aos mais pobres e aos trabalhadores".