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Capa de moto foi usada para esconder corpo de Amarildo

Segundo o Ministério Público, a capa pertencia a um dos policiais da UPP

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 10h19.

Rio - O Ministério Público Estadual do Rio já sabe que o corpo do pedreiro Amarildo de Souza foi retirado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio, envolto em uma capa de motocicleta. A capa pertencia a um dos policiais da UPP . Amarildo sumiu em 14 de julho, após ser detido para averiguação.

O MP quer que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, seja isolado dos outros nove policiais que, como ele, estão presos sob acusação de desaparecimento do pedreiro. Santos está encarcerado com os demais PMs, que eram subordinados a ele na UPP, na Unidade Prisional, cadeia que recebe apenas policiais militares, em Benfica (zona norte da capital). Os dez policiais foram denunciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o major está exercendo influência sobre os presos, o que pode comprometer os depoimentos a serem prestados durante a ação penal que tramita na 35.ª Vara Criminal do Rio.

A promotora estuda a possibilidade de pedir a transferência do oficial para uma unidade federal. Carmem Eliza também anunciou que nos próximos dias denunciará mais PMs por envolvimento no caso Amarildo. Na noite de domingo, 13, ela e outros promotores do Gaeco tomaram o depoimento de um PM que trabalhava na Polícia Pacificadora e estava em serviço na Rocinha na noite em que o pedreiro sumiu. Ele está sob proteção.


O PM contou que, ao chegar ao trabalho, recebeu do tenente Luís de Medeiros, que chefiava o turno, ordem para entrar em um dos contêineres da UPP e só sair quando fosse autorizado. O PM afirmou que ficou no contêiner com mais dez PMs por 40 minutos.

No período, ouviu gritos de homem, ruídos de choque e outros sons que podem caracterizar uma sessão de tortura. Depois, houve silêncio, homens gritaram que havia ocorrido um problema e, por fim, o PM diz ter ouvido ruídos semelhantes aos feitos por pessoas ingressando na mata. Existe um parque ecológico ao redor da UPP.

Por causa do depoimento, policiais civis fizeram na segunda-feira, 14, nova busca no parque. Com auxílio de luminol (produto químico que reage à presença de sangue), identificaram áreas onde pode haver resquícios de sangue. Serão necessários exames complementares para confirmar que se trata de sangue.

Omissão - Segundo a promotora, todos os 11 PMs que estavam trabalhando naquela noite e permaneceram no contêiner poderão ser denunciados, mesmo não tendo participado do crime. A acusação seria omissão, uma vez que não teriam agido para evitar a tortura. A promotora disse que, quando decidir quantos policiais incluirá na denúncia, fará um aditamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Rio - O Ministério Público Estadual do Rio já sabe que o corpo do pedreiro Amarildo de Souza foi retirado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio, envolto em uma capa de motocicleta. A capa pertencia a um dos policiais da UPP . Amarildo sumiu em 14 de julho, após ser detido para averiguação.

O MP quer que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, seja isolado dos outros nove policiais que, como ele, estão presos sob acusação de desaparecimento do pedreiro. Santos está encarcerado com os demais PMs, que eram subordinados a ele na UPP, na Unidade Prisional, cadeia que recebe apenas policiais militares, em Benfica (zona norte da capital). Os dez policiais foram denunciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o major está exercendo influência sobre os presos, o que pode comprometer os depoimentos a serem prestados durante a ação penal que tramita na 35.ª Vara Criminal do Rio.

A promotora estuda a possibilidade de pedir a transferência do oficial para uma unidade federal. Carmem Eliza também anunciou que nos próximos dias denunciará mais PMs por envolvimento no caso Amarildo. Na noite de domingo, 13, ela e outros promotores do Gaeco tomaram o depoimento de um PM que trabalhava na Polícia Pacificadora e estava em serviço na Rocinha na noite em que o pedreiro sumiu. Ele está sob proteção.


O PM contou que, ao chegar ao trabalho, recebeu do tenente Luís de Medeiros, que chefiava o turno, ordem para entrar em um dos contêineres da UPP e só sair quando fosse autorizado. O PM afirmou que ficou no contêiner com mais dez PMs por 40 minutos.

No período, ouviu gritos de homem, ruídos de choque e outros sons que podem caracterizar uma sessão de tortura. Depois, houve silêncio, homens gritaram que havia ocorrido um problema e, por fim, o PM diz ter ouvido ruídos semelhantes aos feitos por pessoas ingressando na mata. Existe um parque ecológico ao redor da UPP.

Por causa do depoimento, policiais civis fizeram na segunda-feira, 14, nova busca no parque. Com auxílio de luminol (produto químico que reage à presença de sangue), identificaram áreas onde pode haver resquícios de sangue. Serão necessários exames complementares para confirmar que se trata de sangue.

Omissão - Segundo a promotora, todos os 11 PMs que estavam trabalhando naquela noite e permaneceram no contêiner poderão ser denunciados, mesmo não tendo participado do crime. A acusação seria omissão, uma vez que não teriam agido para evitar a tortura. A promotora disse que, quando decidir quantos policiais incluirá na denúncia, fará um aditamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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