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Câmara reúne 177 assinaturas para instalar CPI do crime organizado

Relator citou como justificativa para a instalação da CPI a existência de "um intrincado esquema de conexões com outros grupos criminosos

Alfredo Gaspar: "Das organizações criminosas, originam-se atos de extrema violência, que expõem um poder de corrupção de difícil visibilidade pelo uso de disfarces e simulações"
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 09h26.

O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) reuniu 177 assinaturas favoráveis - seis a mais do que o necessário - à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) para investigar a o crime organizado no País. O parlamentar conseguiu apoio junto aos setores de direita da Câmara. Nenhum deputado de partidos de esquerda assinou o documento.

Gaspar citou como justificativa para a instalação da CPI a existência de "um intrincado esquema de conexões com outros grupos criminosos e uma rede subterrânea de ligações com os quadros oficiais da vida social, econômica e política da comunidade". "Das organizações criminosas, originam-se atos de extrema violência, que expõem um poder de corrupção de difícil visibilidade pelo uso de disfarces e simulações", afirmou.

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Reuniões

Como revelou o Estadão, a presidente de uma ONG ligada ao Comando Vermelho (CV) e condenada na Justiça conseguiu acessar o prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, e ter reuniões com dois secretários. Luciane Barbosa, que é esposa do criminoso Tio Patinhas, um dos chefes da facção no Amazonas, ainda teve reuniões no Ministério dos Direitos Humanos, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e transitou livremente pelos corredores do Congresso.

O autor da proposta da CPI não citou o episódio que fragilizou a gestão do ministro da Justiça, Flávio Dino, à frente da área de segurança pública do governo. Por outro lado, o pedido de instalação do colegiado faz menções ao plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e assassinar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Na última quinta-feira, 7, a Polícia Federal (PF) identificou outro plano do PCC que mirava os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A facção mobilizou uma célula com três de seus integrantes e bancou seus custos - cerca de R$ 44 mil -, como estadia, celulares, aluguéis seguro, IPTU, mobília, transporte e até compra de eletrodomésticos.

Apesar do apoio reunido, Gaspar ainda depende do aval de Lira para a CPI sair do papel. Existem ao menos outras quatro propostas nas frente para serem analisadas pelo presidente da Câmara, dentre elas a CPI do Abuso de Autoridade, que conta com o apoio em massa da direita para investigar supostos abusos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros membros do Poder Judiciário.

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