Brasil é país de democracia imperfeita, segundo Economist
Estudo da revista britânica traz o país na 47ª posição, de 160, atrás de Cabo Verde e Timor Leste; conheça os 10 primeiros do ranking
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h27.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h37.
São Paulo - O Brasil ainda abriga contradições políticas tão grandes quanto seu território. No mesmo país onde há orgulho pela primeira mulher eleita presidente, os senadores e deputados aprovam para si mesmos um aumento de 61,8% nos salários, o que vai custar aos contribuintes quase 140 milhões de reais por ano. Por razões como esta, em um estudo feito pela unidade de pesquisa da revista britânica "The Economist", o Brasil aparece descrito como um país de "democracia imperfeita". O trabalho da Economist apresenta um ranking de 160 países classificados quanto ao grau de desenvolvimento da democracia de cada um deles. O Brasil aparece em 47º, atrás de países como Cabo Verde (27º) ou Timor Leste (42º), que conquistou sua independência apenas em 1999. Para chegar às notas finais (de um a 10, sendo a nota máxima equivalente ao conceito de "democracia plena"), o estudo considerou as opiniões dos habitantes de cada país pesquisado.Quem participou, respondeu a perguntas como "Existe um sistema eficaz para avaliar e contrabalancear a autoridade do governo?"; "Há mecanismos e instituições eficientes para assegurar a prestação de contas do governo perante o eleitorado no período entre uma eleição e outra?"; e "Como é a corrupção de modo geral?". Os brasileiros julgam que a cultura política do país é insuficiente e que a população fica alheia aos processos de decisão do governo. Outra crítica é com relação à falta de transparência e de prestação de contas por parte das autoridades. Confira nas fotos ao lado os demais resultados do estudo e conheça os 10 países mais democráticos do mundo.
São Paulo - A pesquisa da The Economist levou em conta três categorias, a saber, "Processo eleitoral e pluralismo", "Funcionamento do Governo", "Participação Política", "Cultura Política" e "Liberdades Civis". A Noruega teve a maior nota em todas as categorias, chegando à nota final 9,80. No país de monarquia parlamentarista, os maiores destaques são o processo eleitoral, a participação da população na política, e as liberdades civis, todas com nota 10. Enquanto alguns países europeus experimentaram um processo de erosão em seus sistemas políticos, como França, Itália, e Grécia, a Noruega progrediu. Na pesquisa anterior da Economist, feita em 2008, a nota do país nórdico havia sido 9,68. A foto ao lado mostra o prédio que abriga o Parlamento da Noruega.
São Paulo - Na segunda posição do ranking dos países mais democráticos está outro nórdico. As notas atribuídas à Islândia demonstram que a população conhece bem não apenas o sistema de governo, uma república parlamentar, como os representantes do poder público. O país é mais bem avaliado nas categorias "Processo Eleitoral" e "Cultura Política", tendo recebido nota máxima em ambas. Em 2008 a Islândia havia ficado em terceiro lugar no ranking, tendo ultrapassado a Suécia nesta edição do estudo. A foto mostra a Stjornarrad, sede do poder executivo.
São Paulo - Outra vez um país nórdico. A Dinamarca ocupa a terceira posição no ranking elaborado pela Economist. A nação, que foi classificada como tendo uma "democracia plena", obteve a nota geral 9,52. No país de monarquia constitucional, no qual o poder executivo é exercido por um grupo de ministros, o destaque é o processo eleitoral. Todos os entrevistados da Dinamarca consideraram que o processo eleitoral é adequado e há pluralismo político. O país possuía, em 2009, 50 partidos políticos, contra 40 em 2007. A foto ao lado mostra a família real dinamarquesa, tendo no centro a rainha Margarida II.
São Paulo - Em 2008 a Suécia liderava o ranking da Economist, mas caiu três posições na edição atual do estudo. Isto aconteceu principalmente porque nos últimos anos um sentimento de xenofobia, principalmente contra muçulmanos, ganhou força. Além disso, a falta de transparência dos partidos quanto a seus demonstrativos financeiros causou certo descontentamento na população. Mesmo assim o país recebeu, com base nas respostas de seus cidadãos, a nota geral 9,50. O processo eleitoral, a pluralidade partidária e as liberdades civis foram os itens mais bem avaliados, recebendo nota máxima. Na foto, o Palácio de Estocolmo.
São Paulo - A democracia na monarquia parlamentar da Nova Zelândia é avaliada como plena pelo estudo da Economist. O país ocupa a quinta colocação no ranking elaborado pela revista britânica. A nota geral da Nova Zelândia foi 9,26. As categorias que receberam melhores avaliações da população foram o processo eleitoral e o pluralismo político, e as liberdades civis. Na foto é possível ver o conjunto de prédios onde fica abrigado o parlamento neozelandês.
São Paulo - No sexto lugar do ranking da Economist está a Austrália. O país de monarquia constitucional foi bem avaliado pelo estudo, reflexo das respostas de seus cidadãos, e obteve a nota 9,22. As áreas de destaque do país são o processo eleitoral, responsável por escolher os membros do parlamento, e as liberdades civis, respeitadas e asseguradas pelo governo. A imagem traz uma vista da sede do parlamento australiano.
São Paulo - A Finlândia tem a sétima democracia mais bem estruturada do ranking da Economist, que lista um total de 160 nações. O país nórdico de república parlamentarista recebeu a nota 9,19, e foi bem avaliado em todas as subcategorias. O processo eleitoral é considerado democrático e confiável. Há ainda observações positivas quanto ao pluralismo político. A foto mostra a sede do parlamento finlandês
São Paulo - A república federal da Suíça foi a oitava mais bem avaliada de um total de 160 nações, segundo a pesquisa feita pela unidade de inteligência da revista The Economist. Com uma nota final de 9,09, o país se destaca pelas observações favoráveis de seus habitantes sobre o processo de eleições e as questões que dizem respeito às liberdades civis. Na foto, o Palácio Federal, sede do conselho que chefia o poder executivo.
São Paulo - Na nona posição do ranking está o Canadá. O país obteve a nota geral 9,08, praticamente a mesma da Suíça. Na nação de monarquia constitucional parlamentar, a população destacou as liberdades civis como a melhor característica de sua democracia. Outra boa nota foi dada à confiabilidade do processo eleitoral e à pluralidade política. Na imagem ao lado é possível ver o prédio que abriga o parlamento canadense.
São Paulo - Em décimo lugar no ranking da Economist está a Holanda. Com nota 8,99, o país ainda entra na lista dos que tem uma "democracia plena", segundo os critérios do estudo. A monarquia parlamentar do principal dos países baixos é bem avaliada principalmente no que diz respeito às liberdades civis e ao processo de eleições. A diversidade partidária também é elogiada. Entre 2007 e 2009 o número de partidos políticos passou de 35 para 37 na Holanda.
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