Bolsonaro não pretende trocar ministros e Weintraub fica, diz Onyx
Ministro da Educação foi alvo de duras críticas na semana passada por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
Reuters
Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 10h41.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2020 às 12h27.
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , afirmou nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro lhe disse de forma muito firme que não pretende trocar nenhum de seus ministros e que o chefe da pasta da Educação, Abraham Weintraub , permanecerá no governo.
Onyx reconheceu, em entrevista à rádio Gaúcha, que Weintraub tem um componente ideológico muito forte e que isso gera incertezas, mas afirmou que ele seguirá no cargo. O ministro, que teve algumas das atribuições tiradas por Bolsonaro na semana passada, classificou de "gigantescas" as funções que permanecem sob o guarda-chuva da Casa Civil.
Weintraub foi alvo de duras críticas na semana passada por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é do mesmo partido de Onyx e para quem o titular da Educação é um "desastre". Ele também tem sido criticado por problemas na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Onyx, que nesta segunda entregará a mensagem do governo ao Congresso para marcar o início do ano legislativo, afirmou que o texto tem a intenção de mostrar aos parlamentares que o Executivo não tem medo de encarar reformas. Na entrevista, Onyx mencionou especificamente o pacto federativo e as reformas tributária e administrativa.
Aviões da FAB
O ministro-chefe da Casa Civil disse que o governo avalia alterar as regras para uso dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em agendas de membros do governo, após o ex-secretário da pasta, Vicente Santini, ter sido demitido em decisão do presidente Jair Bolsonaro por ter usado um jatinho da FAB para viajar à Índia, onde estava a comitiva presidencial.
"Vamos trabalhar para tornar isso as regras para o uso dos aviões mais claro", disse Onyx. Segundo o ministro, o modelo que norteará o novo regulamento é uma normativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que trata do uso de aviões por membros de governos. As novas normas levarão em conta três critérios para permitir as viagens: distância percorrida, faixa etária e volume de trabalho.
Sobre a crise iniciada com a demissão de Santini, ocorrida enquanto Onyx estava de férias, o ministro disse que "essa é uma situação a ser ajustada, passível de várias interpretações". Onyx ainda elogiou o ex-secretário, mas afirmou que a decisão de Bolsonaro deve ser respeitada.
"Santini sempre foi uma pessoa correta e teve comportamento adequado, é preparado. Mas na opinião do presidente, ele cometeu um equivoco", disse. Perguntado se permitiu a viagem feita por Santini, Onyx reiterou que estava de férias durante o período e, por isso, não fez parte da decisão.