Bolsonaro diz que país ganhará "guerra da informação" sobre Amazônia
Presidente afirmou que o Brasil tem compromisso "com esse rico e sagrado pedaço de terra" e criticou quem tenta tirar a soberania da região
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de agosto de 2019 às 14h03.
Última atualização em 17 de agosto de 2019 às 14h31.
Em discurso realizado em solenidade na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro, de entrega de Espadins a 411 cadetes do 1º ano, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil tem um compromisso "com esse rico e sagrado pedaço de terra" que é a Amazônia e criticou todos aqueles que tentam tirar a soberania dessa região.
Nos últimos dias, o mandatário recebeu críticas da comunidade internacional sobre sua política ambiental e sobre os dados sobre desmatamento , que culminaram com a demissão do diretor do Inpe Ricardo Galvão e com a suspensão de repasses de recursos da Alemanha e Noruega para o Fundo Amazônia.
"Nós temos um compromisso com esse pedaço de terra, mais rico e sagrado do mundo (Amazônia)", disse o presidente em seu discurso. Segundo ele, alguns países - sem citar nominalmente a Alemanha e a Noruega - estão tentando ganhar a guerra da informação, a fim de que o Brasil perca a soberania sobre essa área.
"Mas vamos ganhar essa guerra da informação", emendou, destacando que não há honra, gratidão ou satisfação maior do satisfação maior do que "nossa missão cumprida".
Antes de fazer a defesa da Amazônia em discurso na Aman, o presidente publicou neste sábado, em sua conta pessoal no Twitter, um vídeo com críticas feitas pelo falecido deputado federal e ex-postulante à Presidência da República Enéas Carneiro, sobre a atuação de outros países em, relação a essa região.
"Nos últimos 22 anos (1995 a 2016) o Brasil foi saqueado e transformado num anão em suas relações internacionais. Enéas Carneiro, Sargento do Exército e Médico, nos dá a certeza da urgência de nos preocuparmos com a rica e cobiçada Amazônia", disse Bolsonaro em seu post.
No breve pronunciamento na cerimônia ocorrida em Resende, no Rio de Janeiro, o presidente voltou a falar no processo sucessório na Argentina, onde o atual presidente e aliado, Mauricio Macri, perdeu as primárias para a chapa de oposição, liderada por Alberto Fernández e que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, e pode não ser reeleito no pleito de 27 de outubro. "Pedimos a Deus que a Argentina saiba proceder através do povo para não retroceder", destacou.
Entre as autoridades presentes ao evento da manhã deste sábado na Aman, em Resende, estavam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e os governadores do Rio, Wilson Witzel (PSC), de São Paulo, João Dória (PSDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).