Auditores da Receita aprovam greve de dois dias por semana
Os servidores estão insatisfeitos com a postura do governo, que já deu andamento a projetos de reajustes de outras categorias, mas não dos auditores
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2016 às 12h51.
Brasília - Os auditores fiscais da Receita Federal aprovaram em assembleia a realização de uma paralisação em protesto à demora do governo para encaminhar ao Congresso o projeto de lei que trata do reajuste salarial da categoria. Com isso, os auditores vão cruzar os braços dois dias por semana, começando na próxima quinta-feira, dia 14. Nas aduanas, será adotada operação padrão.
Desde a semana passada, um clima de rebelião tomou conta dos servidores da Receita Federal e se estendeu até a cúpula do órgão, em meio à insatisfação com a postura do governo, que já deu andamento a projetos de reajustes de outras categorias, mas ainda não encaminhou o texto que trata do acordo com os auditores.
Em uma ação sem precedentes, a cúpula do Fisco em Brasília e as dez superintendências espalhadas pelo Brasil alertaram em carta o secretário do órgão, Jorge Rachid, para os riscos graves à arrecadação. No Rio Grande do Sul, 46 delegados, inspetores e chefes de divisão entregaram os cargos em protesto à postura do governo.
A paralisação tem potencial para reduzir drasticamente os esforços em prol da arrecadação justamente em um momento de crise fiscal. Além disso, pode impactar o comércio exterior. Esta não é a primeira vez que a Receita Federal usa seu poder sobre os cofres do governo para barganhar sobre os acordos.
Os auditores estão revoltados com o "descaso" do governo federal, que fechou acordo com a categoria em março, mas até agora não encaminhou ao Congresso o projeto de lei necessário para colocar o acordo em vigor. Enquanto isso, outras categorias já foram contempladas e estão com suas demandas sob avaliação do Legislativo, criticam.
Em reunião na última quarta-feira, 6, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver prazo para o envio da matéria e, segundo o sindicato, alegou "dificuldade política" para encaminhar a questão. A versão é questionada pelos auditores, que apontam que outras categorias estão sendo contempladas com reajustes e bonificações.
Pelo acordo, o governo iria conceder um reajuste de 21,3% na remuneração básica dos auditores ao longo de quatro anos, além de uma bonificação fixa de R$ 3 mil até o fim do ano. A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e às metas da produtividade global da Receita.
Com remuneração variável, o bônus iria beneficiar até mesmo servidores aposentados, que começariam recebendo 100% da gratificação e, em ritmo decrescente, passariam a receber 35% do valor após dez anos. Os recursos para o pagamento do bônus viriam de multas e leilões de mercadorias, valores que fazem parte do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).
A informação do sindicato é de que o governo estaria reavaliando a extensão do bônus aos servidores inativos, mas a categoria diz que não aceitará rever questões já acertadas e superadas anteriormente. Por enquanto, não há nenhuma nova reunião agendada com representantes do governo.
Brasília - Os auditores fiscais da Receita Federal aprovaram em assembleia a realização de uma paralisação em protesto à demora do governo para encaminhar ao Congresso o projeto de lei que trata do reajuste salarial da categoria. Com isso, os auditores vão cruzar os braços dois dias por semana, começando na próxima quinta-feira, dia 14. Nas aduanas, será adotada operação padrão.
Desde a semana passada, um clima de rebelião tomou conta dos servidores da Receita Federal e se estendeu até a cúpula do órgão, em meio à insatisfação com a postura do governo, que já deu andamento a projetos de reajustes de outras categorias, mas ainda não encaminhou o texto que trata do acordo com os auditores.
Em uma ação sem precedentes, a cúpula do Fisco em Brasília e as dez superintendências espalhadas pelo Brasil alertaram em carta o secretário do órgão, Jorge Rachid, para os riscos graves à arrecadação. No Rio Grande do Sul, 46 delegados, inspetores e chefes de divisão entregaram os cargos em protesto à postura do governo.
A paralisação tem potencial para reduzir drasticamente os esforços em prol da arrecadação justamente em um momento de crise fiscal. Além disso, pode impactar o comércio exterior. Esta não é a primeira vez que a Receita Federal usa seu poder sobre os cofres do governo para barganhar sobre os acordos.
Os auditores estão revoltados com o "descaso" do governo federal, que fechou acordo com a categoria em março, mas até agora não encaminhou ao Congresso o projeto de lei necessário para colocar o acordo em vigor. Enquanto isso, outras categorias já foram contempladas e estão com suas demandas sob avaliação do Legislativo, criticam.
Em reunião na última quarta-feira, 6, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver prazo para o envio da matéria e, segundo o sindicato, alegou "dificuldade política" para encaminhar a questão. A versão é questionada pelos auditores, que apontam que outras categorias estão sendo contempladas com reajustes e bonificações.
Pelo acordo, o governo iria conceder um reajuste de 21,3% na remuneração básica dos auditores ao longo de quatro anos, além de uma bonificação fixa de R$ 3 mil até o fim do ano. A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e às metas da produtividade global da Receita.
Com remuneração variável, o bônus iria beneficiar até mesmo servidores aposentados, que começariam recebendo 100% da gratificação e, em ritmo decrescente, passariam a receber 35% do valor após dez anos. Os recursos para o pagamento do bônus viriam de multas e leilões de mercadorias, valores que fazem parte do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).
A informação do sindicato é de que o governo estaria reavaliando a extensão do bônus aos servidores inativos, mas a categoria diz que não aceitará rever questões já acertadas e superadas anteriormente. Por enquanto, não há nenhuma nova reunião agendada com representantes do governo.