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Após águas baixarem, fóssil achado com 'preservação quase completa', é um dos mais antigos do mundo

Animal com cerca de 233 milhões de anos foi encontrado quase completo em São João do Polênise (RS)

Fragmentos de dinossauros foram encontrados em sítio arqueológico no interior do Rio Grande do Sul (Cappa / Divulgação)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 17 de julho de 2024 às 11h17.

Última atualização em 17 de julho de 2024 às 11h17.

Devido à ação das chuvas que provocaram as enchentes no Rio Grande do Sul, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontraram um fóssil de dinossauro parcialmente exposto em um sítio paleontológico no interior de São João do Polêsine, na região central do estado. Estudiosos pretendem identificar a espécie nos próximos meses.

Após quatro dias de escavações no final de maio, a turma do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) extraiu a rocha com um dos dinossauros mais antigos do mundo, um espécime de aproximadamente 233 milhões de anos e 2,5 metros de comprimento.

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"Apesar de estarem entre os mais antigos, esses fósseis têm uma preservação quase completa, principalmente da região do crânio. Isso vai permitir até a reconstrução de um molde do cérebro, fundamental para entendermos como era esse animal", conta o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, que liderou as buscas.

Agora em laboratório para análises, os estudiosos estão investigando se o espécime encontrado já é conhecido ou se um novo dinossauro foi descoberto. Uma etapa cuidadosa que deve ser finalizada em meses, prometem os estudiosos.

"As características de alguns ossos fossilizados revelam que o material pertence a um dinossauro carnívoro do grupo chamado de Herrerasauridae (conhecidos no Brasil e Argentina). Pelo que se pode observar, o espécime representa o segundo herrerassaurídeo mais completo do mundo já descoberto", explica Müller.

Além do esqueleto fossilizado quase completo, os paleontólogos também encontraram fósseis de animais anteriores aos mamíferos, mais fragmentados, em outros municípios da região, como Faxinal do Soturno, Agudo, Dona Francisca e Paraíso do Sul.

Segundo o pesquisador, o monitoramento das regiões junto a seus alunos costuma ser imediato às chuvas. A mesma água que permite encontrar um fóssil é aquela que o destrói, ao submetê-lo a processos mais agressivos de erosão. Dessa forma, os materiais menores são os mais afetados, podendo ser revelados e destruídos em um mesmo período.

Tesouro regional

Com uma faixa de rochas de mais de 250 milhões de anos, que remete ao período Triássico, o primeiro da era Mesozoica, também conhecida como a Idade dos Dinossauros, o Rio Grande do Sul é o berço de exemplares nacionais que surpreendem pela antiguidade, como este achado mais recente.

O primeiro dinossauro tupiniquim também foi descoberto por lá, em 1936, ao longo de um afloramento de rochas de uma fazenda a alguns quilômetros do centro de Santa Maria. Trata-se do Staurikosaurus pricei, que, junto a outras dez espécies, compõe o time dos que foram achados nas formações triássicas.

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