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Aos 84 anos, aposentado faz o Enem no Rio de Janeiro

Simpático, decidido, Carlos Alberto Barbosa disse se sentir bem em meio aos jovens.

Carlos Alberto Barbosa: aposentado deseja uma vaga em uma universidade publica para cursar biologia (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2015 às 21h44.

Carlos Alberto Barbosa é um homem de 84 anos, viúvo depois de 53 anos de casamento, pai de três filhas – todas já formadas -, com cinco netos e dois bisnetos.

Aposentado da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), ele se misturava hoje timidamente às centenas de jovens que aguardavam com ansiedade, em meio a celulares e tablet, os portões se abrirem no Pavilhão Professor João Lyra Filho para cumprir a primeira etapa do Enem 2015.

O objetivo: uma vaga em uma universidade publica para cursar biologia. “Gosto de estudar e está é a quarta vez que tento o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Mas eu sempre estive na média, por que desistir?”, questionou.

Simpático, decidido, Barbosa disse se sentir bem em meio aos jovens.

“Gosto do ambiente, do pessoal mais jovem, mas quero mesmo é cursar a universidade pública sem pagar nada”, disse, para confessar: “Eu já cursei o ensino superior. Cheguei até o oitavo período de administração na Fundação Getulio Vargas, mas tive que abandonar para trabalhar e sustentar os filhos. Agora, eu estudo por conta própria, pelo computador, e o único gasto que tenho é com a professora de redação”.

Mesmo aos 84 anos, seu Barbosa é enfático: “Se não for desta vez tento de novo. Gosto de participar, o Enem pra mim é festa, mas é também um desafio. Me baseio no que aprendi em toda a minha vida".

Ciente da idade e do muito que fez ao longo da vida, ele é enfático ao afirmar que não visa o mercado de trabalho.

“Eu gosto é de estudar e não tenho sequer a pretensão de entrar para o mercado de trabalho. Eu quero é aprender, eu fui excedente de Medicina em 1967. Naquele ano, o vestibular era classificatório e o ex-presidente Costa e Silva mandou matricular todos aqueles que obtiveram média 5 e a minha foi 4,98. Alguns dos que ficaram de fora ganharam na Justiça, foram prometidas vagas e até hoje estou esperando reparação”, disse.

“O importante é que tenho saúde e pra mim isto aqui é uma beleza. Eu tenho saúde suficiente para continuar tentando. Ainda ajudo meus filhos e netos. E eu acho que estudar não dói. Não sei se vou ter saúde para aguentar quatro, cinco anos até atingir uma graduação, mas enquanto der eu vou tentando. Eu almocei às 10h, eu mesmo que faço meu almoço, porque não posso ficar várias horas em uma sala sem me alimentar, não é?”, revelou meio matreiro, antes de se despedir da reportagem da Agência Brasil.

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Carlos Alberto Barbosa é um homem de 84 anos, viúvo depois de 53 anos de casamento, pai de três filhas – todas já formadas -, com cinco netos e dois bisnetos.

Aposentado da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), ele se misturava hoje timidamente às centenas de jovens que aguardavam com ansiedade, em meio a celulares e tablet, os portões se abrirem no Pavilhão Professor João Lyra Filho para cumprir a primeira etapa do Enem 2015.

O objetivo: uma vaga em uma universidade publica para cursar biologia. “Gosto de estudar e está é a quarta vez que tento o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Mas eu sempre estive na média, por que desistir?”, questionou.

Simpático, decidido, Barbosa disse se sentir bem em meio aos jovens.

“Gosto do ambiente, do pessoal mais jovem, mas quero mesmo é cursar a universidade pública sem pagar nada”, disse, para confessar: “Eu já cursei o ensino superior. Cheguei até o oitavo período de administração na Fundação Getulio Vargas, mas tive que abandonar para trabalhar e sustentar os filhos. Agora, eu estudo por conta própria, pelo computador, e o único gasto que tenho é com a professora de redação”.

Mesmo aos 84 anos, seu Barbosa é enfático: “Se não for desta vez tento de novo. Gosto de participar, o Enem pra mim é festa, mas é também um desafio. Me baseio no que aprendi em toda a minha vida".

Ciente da idade e do muito que fez ao longo da vida, ele é enfático ao afirmar que não visa o mercado de trabalho.

“Eu gosto é de estudar e não tenho sequer a pretensão de entrar para o mercado de trabalho. Eu quero é aprender, eu fui excedente de Medicina em 1967. Naquele ano, o vestibular era classificatório e o ex-presidente Costa e Silva mandou matricular todos aqueles que obtiveram média 5 e a minha foi 4,98. Alguns dos que ficaram de fora ganharam na Justiça, foram prometidas vagas e até hoje estou esperando reparação”, disse.

“O importante é que tenho saúde e pra mim isto aqui é uma beleza. Eu tenho saúde suficiente para continuar tentando. Ainda ajudo meus filhos e netos. E eu acho que estudar não dói. Não sei se vou ter saúde para aguentar quatro, cinco anos até atingir uma graduação, mas enquanto der eu vou tentando. Eu almocei às 10h, eu mesmo que faço meu almoço, porque não posso ficar várias horas em uma sala sem me alimentar, não é?”, revelou meio matreiro, antes de se despedir da reportagem da Agência Brasil.

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