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SP deve ganhar mil leitos para absorver impacto de coronavírus

Informações foram passadas em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira pelo governador Doria e o ex-secretário David Uip

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ligia Tuon

Publicado em 12 de março de 2020 às 11h50.

Última atualização em 12 de março de 2020 às 13h41.

oSão Paulo - O estado de São Paulo deve ganhar mais mil leitos - normais e de UTI - para absorver os impactos do surto de coronavírus na região. O investimento depende, porém, de repasse pelo Ministério da Saúde.

O governador do estado, João Doria, e o infectologista David Uip — responsável pela coordenação de um comitê de contingenciamento para enfrentar a chegada da doença —, falam sobre o assunto agora em coletiva de imprensa. "Hoje começa uma nova fase em São Paulo para combater o coronavírus", disse Doria.

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A expectatica das autoridades é de que o estado registre 45 mil casos da doença nos próximos quatro meses. Esse número já circulava na manhã de hoje por meio de um áudio gravado por Fábio Jatene, professor titular de cirurgia torácica da USP, do HC e do Incor.

Uip confirmou a veracidade das informações na coletiva. Segundo ele, porém, os cenarios serão avaliados constantemente e o planejamento de leitos e medidas poderão ser revistos.

A recomendação do ex-secretário de Saúde é que pacientes vulneráveis (doenças crônicas e mais 60 anos) não deve ir a eventos e aglomerações. A doença não atinge em geral pessoas com menos de 50 anos (Uip)

No áudio que circulou na manhã de hoje, Jatene diz que, além do ex-secretário de Saúde, estavam entre os participantes da reunião o infectologista Ésper Kallas e o intensivista Marcelo Amato, especializado em Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). Amato teria dito no encontro que a evolução do coronavírus demandará de 10 mil a 11 mil leitos de UTI, número superior à oferta atual.

Amato falou também sobre o cenário na Itália que, com unidades intensivas lotadas, tem acomodado os pacientes contaminados em centros cirurgicos.

Os especiastas ressaltaram no encontro que o Covid-19 atinge com mais força idosos, para os quais a taxa de mortalidade já chega a 18%. Entre jovens, esse número é de 0,2%. A recomendação é que pessoas do grupo de risco evitem sair de casa.

Foram compartilhadas na ocasião imagens de tomografia de pacientes chineses contaminados com o vírus e de brasileiros. Além da semelhança dos casos, notou-se que, muitas vezes, o raio-x não é suficiente para captar a evolução da doença.

Evolução do surto

Na quarta, subiu para 69 o número de infecções confirmadas no Brasil. Dessas, 16 foram anunciadas ontem pelo hopsital Albert Einstein. O MInistério da Saúde ainda conta 52 contaminações. No último balanço oficial eram 37 casos. O total de suspeitos está em 907.

O número de infectados em São Paulo saltou de 19 para 30 de terça para quarta-feira desta semana. No Rio de Janeiro, os casos chegam a 13.Distrito Federal e Rio Grande do Sul têm dois confirmados em cada estado. Alagoas, Minas Gerais e Espírito Santo têm um.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou ontem o status do Codiv-19 de “ameaça muito grave” para o de pandemia. A doença que começou a se manifestar na China em dezembro já chegou a 110 países, deixou mais de 4 mil mortos e cerca de 120 mil infectados no mundo — a maioria no país asiático, na Itália e no Irã.

 

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