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Amazônia queima em vídeo-paródia do Greenpeace veiculado em NY

Na véspera de discurso de Bolsonaro na ONU, organização satiriza tentativa do governo brasileiro de reverter desgaste com alta das queimadas na Amazônia

Vídeo do Greenpeace mostra arara em chamas (Twitter/Reprodução)

Vídeo do Greenpeace mostra arara em chamas (Twitter/Reprodução)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 21h28.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 21h36.

São Paulo - O Greenpeace dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (23) o vídeo de uma campanha que mostra a Amazônia em chamas.

A tipografia é similar a da campanha promovida pelo governo brasileiro para tentar reverter o dano de imagem causado pelos dados mostrando alta no desmatamento e nas queimadas em 2019.

A piora é associada por críticos à retórica do presidente Jair Bolsonaro, à redução de multas e ao desmonte de órgãos de fiscalização.

O vídeo-paródia evoca um episódio no qual Bolsonaro negou os dados oficiais, o que culminou na exoneração de Ricardo Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão responsável pelo monitoramento via satélite.

Também é citada uma frase de Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, assim como o slogan "Pátria Queimada".

"Como o governo brasileiro respondeu aos fogos na Amazônia? Lançaram uma campanha publicitária para nos convencer que estão protegendo as florestas", escreve a organização.

Brian Winter, editor-chefe da publicação America's Quaterly, postou um vídeo da campanha sendo passada em um veículo estacionado do lado de fora de Bryant Park, um parque na área central de Manhattan.

"Brasil é realmente o assunto da cidade nesta semana", diz ele, em referência a presença de Bolsonaro para a abertura da Assembleia-Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU).

Bolsonaro chegou hoje na cidade e fará seu discurso por volta das 10 horas desta quarta-feira (24), no qual a questão da Amazônia deve ser um dos temas centrais.

O vídeo original da campanha pode ser visto no perfil do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, desde o início de setembro.

São destacados dados da conservação da floresta em relação a sua extensão total, sem nenhuma menção aos números relativos a 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, que deram origem à crise.

Na última semana, 230 fundos de investimento que juntos administram US$ 16 trilhões (R$ 65 trilhões), incluindo gigantes como Aberdeen e Macquarie Asset Management, assinaram um manifesto pedindo para que o Brasil adote medidas eficazes contra o desmatamento e as queimadas devido ao risco de impacto financeiro e acesso a mercados de empresas nas quais eles investem.

Já o Parlamento da Áustria citou a crise na Amazônia como razão para a aprovação de uma resolução vinculante recomendando a não aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia, assinado em junho mas que ainda precisa ser aprovado por todos os países para entrar em vigor.

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