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2050: o ano em que o clima no Rio deverá mudar radicalmente

Em meados do século, a temperatura média de um ano na cidade deverá ser maior do que a média histórica mais quente dos últimos 150 anos, indica estudo


	Ponto de virada: temperaturas devem exceder limites históricos e virar nova norma em 2050
 (Getty Images)

Ponto de virada: temperaturas devem exceder limites históricos e virar nova norma em 2050 (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h59.

São Paulo – Um dos debates mais acalorados entre os climatologistas, atualmente, diz respeito ao chamado “ponto de inflexão”, o momento a partir do qual o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas atingirão um nível sem retorno. Um novo estudo, publicado na revista Nature, sugere que estamos bem perto desse ponto de virada.

O estudo faz previsões para várias cidades do mundo. Em meados do século, a temperatura média de um ano no Rio de Janeiro, única brasileira na lista, deverá ser maior do que a média histórica mais quente entre 1860 e 2005, caso as emissões de gases do efeito estufa continuem subindo. A margem de erro é de 14 anos para mais ou menos.

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Havaí, responsáveis pela modelagem climática, o ponto de virada para o clima na Terra seria 2047, na média. O estudo utilizou como base as temperaturas médias anuais em cidades ao redor do mundo a cada ano entre 1860 e 2005. O ponto de virada do clima ocorre quando as temperaturas de um ano excedem limites históricos e todos os anos subsequentes passam a apresentar o mesmo padrão.

Isso irá acontecer mais rápidos em regiões localziadas nos Trópicos, como na Cidade do México, em 2031, Mumbai, em 2034, Bagdá, Cairo e Nairobi em 2036, Tóquio em 2041, Roma em 2044 e Bangkok em 2046. A cidade indonésia de Manokwari deve ser a primeira a atingir este ponto, em 2020.

"O resultado nos chocou. Independentemente do cenário, as mudanças serão em breve ", disse o principal autor do estudo Camilo Mora. "Dentro da minha geração, qualquer que seja o clima que estávamos acostumados, ele será uma coisa do passado”, alerta.

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