Milho vira sensação no TikTok em momento crítico para safra
O milho virou sensação na Internet bem quando o mercado de commodities se preocupa com a escassez do grão
Bloomberg
Publicado em 28 de agosto de 2022 às 19h30.
O milho virou sensação na Internet bem quando o mercado de commodities se preocupa com a escassez do grão.
A obsessão online começou no início deste mês depois que Julian Shapiro-Barnum – que produz a série de vídeos Recess Therapy – entrevistou um menino americano que realmente parece amar milho.
O vídeo original, no qual o menino descreve o milho como “um grande naco com botões”, foi escolhido por uma conta de memes no TikTok, onde atraiu 16 milhões de visualizações. Um remix musical postado pelos Gregory Brothers alcançou um reconhecimento ainda maior com mais de 33 milhões de visualizações na plataforma social. Até inspirou vídeos derivados de grandes nomes como United Airlines.
“Desde que me disseram que o milho é de verdade, eu achei gostoso”, diz o menino no vídeo. “Quando experimentei com manteiga, tudo mudou.”
Enquanto a popularidade do milho cresce no mundo online, os suprimentos do mundo real encolhem. Este ano, em particular, a oferta de milho foi reduzida significativamente. A guerra na Ucrânia, que junto com a Rússia responde por cerca de um quinto das exportações mundiais, abalou o mercado. Enquanto isso, nos EUA, maior produtor e exportador mundial, a safra foi dizimada pelo clima extremo.
Isso não diminui o apelo do milho para Corn Kid – como o menino no vídeo agora é conhecido na Internet. “Olha isso. Não consigo imaginar coisa mais linda”, diz ele no vídeo. “É milho!”
Mas as americanas de milho este ano estão tudo menos bonitos. Calor escaldante, seca prolongada, pragas vorazes e granizo danoso atingiram as colheitas, deixando espigas extraordinariamente pequenas – ou pés sem espiga alguma. Outros estão atrofiados e marrons. As perspectivas de rendimento nos EUA estão aquém das médias do ano passado.
Não é apenas Corn Kid que é fã de milho. O consumo mundial do grão quase dobrou nas últimas duas décadas, segundo dados do governo americano. A demanda é impulsionada por uma população global crescente e seu uso em muitos produtos, desde tortilhas até adoçantes, ração e combustível.
No vídeo, Corn Kid diz que acha que a espiga que está comendo deve custar US$ 1. Os preços da commodity dobraram nos últimos dois anos e, com colheitas esturricadas e a guerra em curso na Ucrânia, os preços devem permanecer elevados.