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Governo lança medidas para evitar invasões do MST no 'abril vermelho' e causa desgaste com o agro

Movimento vem demonstrando descontentamento com o ritmo de desapropriações no terceiro mandato de Lula, de quem é aliado histórico

As ações também desagradam o agronegócio, setor do qual o governo tenta se aproximar (José Cruz/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2024 às 09h24.

Na tentativa de frear invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no tradicional “ abril vermelho ”, o governo vai anunciar um pacote de medidas, em cerimônia na próxima semana no Palácio do Planalto, com o objetivo de impulsionar assentamentos de terra pelo país. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe do evento.

O movimento vem demonstrando descontentamento com o ritmo de desapropriações no terceiro mandato do petista, de quem é aliado histórico. Também se queixa por até hoje não ter sido recebido pelo presidente em uma reunião.

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As ocupações promovidas pelos sem-terra são consideradas um fator de desgaste para o Executivo em um momento de polarização política. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro usam as invasões para atacar a gestão petista. As ações também desagradam o agronegócio, setor do qual o governo tenta se aproximar.

Fim do 'abril vermelho'?

O anúncio da próxima segunda-feira visa desencorajar o MST a promover o seu tradicional “abril vermelho”. No mês de aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 mortos em 1996, o movimento tradicionalmente promove marchas e invasões. Em abril do ano passado, os sem-terra ocuparam, por exemplo, uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pernambuco, e da Suzano Papel e Celulose, no Espírito Santo.

Lideranças do movimento se mostraram dispostas a aguardar a apresentação das medidas pelo governo antes de decidir como será a atuação dos militantes sem-terra neste mês.

O plano do Ministério do Desenvolvimento Agrário é anunciar na próxima semana um pacote de ações, com a compra de terras, financiamento de agricultura familiar, metas de reforma agrária, de demarcação de terras de quilombos e apresentação de uma prateleira de terras — levantamento de áreas devolutas ou devedoras de impostos que possam ser usadas para assentamentos.

Novas terras

O ministro Paulo Teixeira afirma que o objetivo é “acelerar” a disponibilização de terras com as novas medidas.

"Queremos apontar duas direções. A primeira é de uma entrega de novos assentamentos, com uma meta. O segundo aspecto é do diálogo. Este é um governo que está dialogando, que está aberto a aperfeiçoamento, que está aberto a buscar recursos para ampliar as possibilidades de atender a reforma agrária", afirmou Teixeira após uma reunião com Lula na quarta-feira.

Na ocasião, o presidente recebeu representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), outro movimento que luta por reforma agrária, que apresentaram ao presidente uma pauta de reivindicações.

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