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Arroz importado pelo governo deve chegar ao país em 60 dias, afirma presidente da Conab

Governo federal importou 263 mil toneladas nesta quinta-feira

Agência o Globo
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Publicado em 6 de junho de 2024 às 18h03.

Última atualização em 6 de junho de 2024 às 18h45.

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O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou que o arroz importado, nesta quinta-feira, deve chegar ao Brasil em cerca de dois meses, prazo inferior ao máximo de 90 dias estabelecido no edital. Em leilão virtual com a participação das bolsas de cereais e de mercadorias e futuros, a empresa comprou 263 mil toneladas do grão.

"Acredito que o arroz chegará em cerca de 60 dias", afirmou.

A medida foi tomada para evitar altas especulativas do produto, que chegaram a 14%, em plena safra, por causas das inundações no Rio Grande do Sul, maior produtor do país. Pretto disse que somente nos próximos dias será conhecida a origem do arroz importado, ou seja, de que país, ou países, virá o grão.

"A alta nos preços está ligada ao que aconteceu no Rio Grande do Sul. Os preços subiram 14% na safra, o que não é normal", disse.

Pretto afirmou que o governo federal continuará importando arroz, se houver necessidade. Disse que o restante do volume que faltou para a compra de 300 mil toneladas, será buscado no mercado internacional nos próximos dias, em um novo edital que a ser publicado.

A Conab foi autorizada a comprar 1 milhão de toneladas de arroz. Isso não significa que todo esse volume será adquirido pela estatal, assegurou o presidente da estatal.

"Se não houver necessidade, não faremos mais compra, mas, se houver, vamos continuar realizando os leilões. Vamos observar o comportamento do mercado", afirmou.

Na noite de quarta-feira, o partido Novo conseguiu uma liminar na Justiça suspendendo o leilão que aconteceria nesta quinta-feira, mas o governo conseguiu derrubar a medida nesta quinta-feira, pouco antes do pregão. Os produtores de arroz, especialmente os gaúchos, temem perder recursos com o ingresso do cereal importado.

"[A compra] não foi uma afronta aos produtores do Rio Grande do Sul. Eles sempre vão contar com a mão amiga do governo federal. O governo não está fazendo a importação a bel-prazer. É por uma necessidade."

O volume comprado nesta quinta-feira corresponde a 88% do total de 300 mil toneladas que seriam adquiridas no pregão. O produto será internalizado por empresas brasileiras.

A companhia foi autorizada a comprar, do Mercosul e de países que não fazem parte do bloco, até 1 milhão de toneladas de arroz, a um custo de R$ 7,2 bilhões. Para isso, o governo federal decidiu reduzir a zero as tarifas de importação do produto, estendendo a isenção a outros mercados fornecedores, além de Argentina, Paraguai e Uruguai.

A Conab estabeleceu que o produto deverá ter aspecto, cor, odor e sabor característico de arroz beneficiado polido longo fino tipo1. A estatal também exige que o cereal esteja acondicionado em embalagem com capacidade de 5 quilos, transparente e incolor, com a logomarca do governo federal.

A estatal vai decidir os locais para onde venderá o arroz importado. A prioridade são regiões metropolitanas com maior necessidade do produto, que terá preço tabelado em R$ 4,00 o quilograma.

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