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Porto Alegre inicia semana com 70% da população sem água e aulas suspensas

Até o momento, 83 pessoas morreram por causa da tragédia climática no Rio Grande do Sul

Publicado em 6 de maio de 2024 às 07h31.

Última atualização em 6 de maio de 2024 às 09h55.

A semana começa com a população de Porto Alegre enfrentando graves problemas em decorrência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Das seis estações de tratamento de água, quatro estão desligadas. São elas a São João, Higienópolis, Ilha da Pintada, Tristeza e Moinhos de Vento. Apenas as unidades Menino Deus e Belém Novo continuam operando, mas 70% da população segue sem água encanada, segundo informações da CNN.

Segundo a concessionária CEEE Equatorial, 178 mil clientes seguem sem luz em Porto Alegre e mais quatro cidades. Na noite deste domingo ainda havia 57 ruas totalmente interditadas por causa dos alagamentos.

As aulas nas escolas municipais estão suspensas até quarta-feira (8). Os 15 hospitais da cidade apontaram uma série de itens que podem acabar em breve. A prefeitura da capital gaúcha já acionou o Ministério da Saúde. Existe também uma preocupação para um aumento de doenças como dengue e leptospirose.

O prefeito Sebastião Melo (MDB) sugeriu à população que deixe a cidade rumo ao litoral depois do Rio Guaíba atingir 5,3 metros, o maior nível desde que as medições começaram, há mais de 80 anos.

Boatos de rompimento de um dique na zona norte de Porto Alegre provocaram desespero entre a população. A prefeitura informou que o dique da Fiergs não se rompeu, mas que a região pode ser inundada.

Trégua na chuva

O Rio Grande do Sul terá uma trégua nas tempestades a partir desta segunda-feira, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No entanto, o estado, que ainda tem 341 municípios afetados por inundações, verá a chegada de uma frente fria a partir do meio da semana.

A queda brusca nas temperaturas pode ser um agravante para a tragédia que acontece no estado. Em algumas áreas o termômetro pode baixar para até 10°C, e esse frio pode provocar um aumento nos casos de hipotermia de pessoas isoladas pelas chuvas que aguardam resgate, segundo Comando Militar do Sul (CMS).

No extremo sul do estado e na fronteira com o Uruguai ainda há previsão de chuva em pontos nas áreas de Santa Vitória do Palmar e do Chuí.

Números da tragédia no Rio Grande do Sul

A catástrofe ambiental já afetou mais de 844,67 mil pessoas.

Até o momento, 83 pessoas morreram, de acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado nesta segunda-feira, 5. Outros quatro óbitos ainda estão em investigação e 175 pessoas ficaram feridas. Há ainda 111 pessoas desaparecidas.

No momento, 854.486 pessoas estão sem abastecimento de água, segundo informou a Corsan. O montante equivale a 27% do total de endereços atendidos pela concessionária.

Por sua vez, o falta de energia afetava um total de 424 mil endereços no Rio Grande do Sul. Na rede da RGE Sul, eram 261 mil pontos sem energia (27% do total de clientes), enquanto na linha da CEEE Equatorial eram 163 mil (9% do total de clientes).

Há um total de 733 escolas comprometidas em 229 municípios. Ou seja: estão danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso ou outras questões que impedem o seu funcionamento.

Correios recebem doações para vítimas das chuvas no RS

As agências dos Correios nos estados de São Paulo e do Paraná, além de parte das unidades do Rio Grande do Sul, receberão, a partir desta segunda-feira, 6, doações para as vítimas das fortes chuvas que caem no estado gaúcho e provocaram mortes, deixaram pessoas desabrigadas, feridas e desaparecidas, além de diversos prejuízos e estragos nas infraestruturas locais. A estatal transportará gratuitamente os donativos, sem nenhum custo aos doadores.

De acordo com Defesa Civil estadual, instituição parceira dos Correios nesta ação, no momento, são necessárias doações de alimentos não perecíveis da cesta básica, produtos de higiene pessoal, material de higiene seco e itens de vestuário. Os Correios irão doar objetos de refugo que estavam sob sua guarda - encomendas que passaram por todas as tentativas de entrega aos destinatários, não foram procurados por eles, nem pelos remetentes e já ultrapassaram o prazo de 90 dias para reclamação previsto no Código de Defesa do Consumidor. Neste caso, os desabrigados dos municípios gaúchos receberão itens de vestuário e utensílios domésticos.

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