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Preço do aluguel de imóveis no Rio de Janeiro salta 16,4% em 2022

Depois de um ano de recordes, os preços de aluguel e de venda subiram, com perspectivas ainda mais otimistas para as empresas do setor em 2023

 (Julia Jabur/Exame)

(Julia Jabur/Exame)

KS

Karina Souza

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 16 de outubro de 2022 às 08h43.

O Rio de Janeiro viveu em 2022 uma sutil desaceleração em relação ao período anterior — o melhor desde 2016. A variação do preço dos imóveis foi de 2,5% nos últimos 12 meses encerrados em agosto, ligeiramente abaixo dos 2,8% registrados em 2021, de acordo com os dados do ­FipeZap+. Mas o que surpreende é a variação no preço dos aluguéis: ela foi de 16,4% neste ano, ante 2,6% no mesmo período do ano anterior. 

O comportamento não é atípico na comparação com o restante do país. São Paulo, o maior mercado imobiliário, também registrou uma variação de dois dígitos no preço da locação pela primeira vez desde 2018, enquanto o preço das vendas seguiu em certa medida o que foi visto em 2021. Em escala nacional, o comportamento foi de alta de 6,1% no valor de compra e de 15,3% na locação.

No caso do Rio de Janeiro, a alta vem após uma estabilidade nos preços de locação ao longo dos últimos anos. É reflexo da grande quantidade de imóveis comprados para esse objetivo (uma compra de investimento) e da mudança macroeconômica, que desacelerou a oferta de novas casas e apartamentos à venda. “O preço do aluguel de imóveis vem em uma tendência de estabilidade desde 2012, aproximadamente. O que vemos agora é uma valorização razoável. O preço médio do metro quadrado na zona sul, por exemplo, era de 41 reais e agora está em 49 reais, com viés de subida”, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio).

Em relação às vendas, o aumento do custo médio obriga incorporadoras a lançar projetos a um valor mais elevado ou a postergar os planos. “Há uma desaceleração no volume de novos empreendimentos, mas não há diminuição no volume de vendas. As incorporadoras ainda estão vendendo o estoque”, diz Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio).

Uma prova de como o apetite de empresas do setor para investir continua alto está em um dado compilado pelo Sinduscon, de financiamento para a construção. Nos primeiros seis meses de 2022, houve um aumento de 16% na quantidade de aprovações de crédito nos bancos em relação ao mesmo período de 2020. Uma das principais apostas das incorporadoras para o ano que vem é o projeto Reviver Centro, que prevê a revitalização do centro da cidade e da Lapa, com incentivos à moradia.

Em 2022, houve cinco vezes mais projetos (aprovados e em aprovação) do que antes da lei, nas contas do Secovi Rio. Uma dúvida são as discussões sobre o novo plano diretor para a cidade. “Por enquanto ainda não há uma definição, mas, caso seja aprovado ainda neste ano, o plano também deverá gerar mudanças positivas para a cidade já a partir de 2023”, diz Hermolin.

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