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Vídeos pagos pela internet estão com os dias contados, diz pesquisa

Pagar para baixar um vídeo é o modelo de negócios de gigantes como Apple e Amazon, mas o acesso sustentado por publicidade é o que deve prevalecer, afirma a Forrester Research

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.

O download pago de vídeos é um modelo de negócios que deve se esgotar em breve, afirma uma pesquisa da consultoria americana Forrester Research. O seu lugar deve ser ocupado por acessos gratuitos a conteúdos patrocinados por publicidade, o que vai revirar a internet. "O mercado de vídeos pagos, na sua forma atual, estará extinto em breve, apesar do rápido crescimento e dos milhões de dólares gastos atualmente", afirma James McQuivey, responsável pela pesquisa da Forrester.

Segundo o analista, o mercado de vídeos pagos deve atingir seu pico neste ano, para depois declinar. O estudo estima que os internautas gastem 279 milhões de dólares em 2007 para baixar conteúdos de vídeo da internet, ante os 98 milhões do ano passado. Depois disso, porém, as receitas tenderão a cair.

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Se as previsões estiverem corretas, grandes companhias terão problemas. O vídeo pago é o modelo de negócios adotado por gigantes como a Apple, Amazon, Microsoft e Wal-Mart. O problema, segundo a Forrester, é que apenas 9% dos internautas já pagaram, alguma vez, para ter acesso a um vídeo. O mais preocupante, de acordo com a pesquisa, é que essa parcela não representa a vanguarda dos consumidores - o que indicaria uma tendência de mercado capaz de crescer nos próximos anos -, mas o contrário. Os internautas que pagam por vídeos são classificados como viciados em um nicho ou conteúdo específico, o que os leva a fazer qualquer coisa para acessá-lo - inclusive pagar pelo download. Assim, sem a adesão da vanguarda dos consumidores ao pagamento por conteúdo, o modelo não crescerá na velocidade ideal para atender às ambições dos grandes investidores que apostaram nele, afirma a Forrester.

"Para atrair os consumidores que ditam a tendência de mercado, os executivos de mídia precisam criar novos modelos de negócios e mecanismos de acesso ao conteúdo apoiados por publicidade", afirma McQuivey. O analista prevê que os canais de televisão aberta e por assinatura vão migrar para o modelo baseado na publicidade. Já os grandes estúdios de cinema, cuja receita com downloads de vídeos é mínima, deverão investir em modelos de assinatura semelhantes aos canais premium das TVs pagas.

A Forrester afirma que as implicações do fim do download pago vão além de uma corrida ao mercado publicitário em busca de receitas. Uma delas é uma reviravolta no mercado de conversores digitais (os set-top boxes - aparelhos que convertem sinais analógicos em digitais). A Apple, por exemplo, seria obrigada a repensar o Apple TV, aparelho lançado no início do ano e que transporta o conteúdo de computadores para os televisores. A aposta da Apple é um sistema de pay-per-view, mas a Forrester recomenda um modelo apoiado em publicidade e serviços de banda larga capaz de colocar o conteúdo de sites como o YouTube e ABC.com diretamente na TV.

Empresas pioneiras de download pago de vídeos, como CinemaNow e Movielink, precisarão mudar seu foco. A tendência é que essas empresas fechem parcerias com operadoras de telecomunicações e satélites, a fim de investir no fornecimento de vídeos sob demanda.

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