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Tirinhas eram cano de escape, diz criador do Vida de Suporte

Cartunista de Recife com um pé no TI, autor retrata em seus desenhos as mais inusitadas situações vividas por ele ou por leitores que trabalham na área de TI

Tirinha Vida de Suporte: André Farias, cartunista de Recife, retrata as situações vividas por amigos e colegas da área de TI (Reprodução)

Tirinha Vida de Suporte: André Farias, cartunista de Recife, retrata as situações vividas por amigos e colegas da área de TI (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2013 às 11h44.

A vida de quem trabalha com suporte técnico não é fácil. Ou pelo menos é isso que dão a entender as tirinhas feitas por André Farias, responsável pelo site Vida de Suporte.

Cartunista de Recife com um pé no TI, o autor retrata em seus desenhos as mais inusitadas situações vividas por ele ou por leitores que trabalham na área – e têm que lidar com diferentes tipos de chefes, de usuários e de outros funcionários.

“Inaugurado” em 2009, o Vida de Suporte começou não como um site de tirinhas, e sim como um simples blog. Os primeiros cartuns surgiram pouco depois, e a partir dali, não pararam mais.

Hoje, Farias traz uma história nova por dia ao site, além de quadros como os “Flagras de Suporte”. Em entrevista a INFO, o autor conta um pouco mais sobre a história do Vida de Suporte e a inspiração para a criação dos personagens.


Info - Como e quando surgiu o Vida de Suporte? As tirinhas vêm desde o início do site?

Farias - Eu já trabalhava com suporte técnico de TI há alguns anos, quando, em 2009, criei um blog. O intuito era servir como um portfólio online para alguns trabalhos meus de designer freelancer.

Cerca de um mês depois de criá-lo, fiz as duas primeiras tirinhas retratando causos bizarros vividos por mim na profissão de suporte – e a partir daí não parei mais. Na época, e de certa forma até hoje, as tirinhas serviam como um “cano de escape”, mais ou menos uma forma de exorcizar os demônios do meu trabalho como profissional de TI.


Info - Quem cuidava e quem mantém a página hoje?

Farias - Sempre foi um trabalho solo, apesar de boa parte das tirinhas serem baseadas em histórias reais vivenciadas pelos leitores do site.

Info - Como começou a desenhar? Você era um cartunista com um pé no TI ou o contrário?

Farias - Sempre fui um desenhista amador, desde criança. Apesar de ter abandonado essa atividade por alguns anos, eu já tinha meio que um estilo definido, e quando comecei com as tirinhas eu só retomei esse traço.

Antes eu era um suporte que fazia cartuns, e hoje sou mais um cartunista que eventualmente dá suporte – mesmo recentemente tendo deixado essa profissão para me dedicar exclusivamente ao Vida de Suporte.

Info - Você se inspirou em alguém específico para criar os personagens?

Farias - Não só no caso dos três “principais” – o suporte, o estagiário e o chefe –, mas também no do Gérson, o estressado, e a usuária clássica que aparece em várias tirinhas.

O Gérson e o Mauro são inspirados especificamente em dois amigos com os quais trabalhei durante muitos anos. E apesar de serem poucas as tirinhas com esses personagens, eles fazem bastante sucesso.


O Estagiário é, na realidade, um tipo de compilação de vários novatos com os quais trabalhei, assim como a Usuária. Como no meu antigo trabalho, devido ao ramo de atividade, a grande maioria dos clientes que eu atendia eram mulheres, não consegui imaginar a representação do “usuário perdido” de outra forma que não fosse a da Usuária, tão odiada pelos leitores.

Já o Chefe não foi inspirado em ninguém diretamente. Acho que ele é mais uma mistura do próprio Estagiário com o Gerente de Cabelos Pontudos do Dilbert, que é uma grande inspiração pra mim.

Por fim, o Suporte acho que foi inspirado de forma subconsciente em mim mesmo. Eu não tive a intenção de me representar, mas como todos os meus amigos, familiares e até meu filho de 4 anos dizem que sou eu, acredito neles.

Info - Quando você começou a receber as ideias de tirinhas vindas dos leitores?

Farias - Quantas chegam por semana hoje em dia? Recebi as primeiras sugestões de histórias de amigos e clientes que também eram profissionais de TI.

A medida que a audiência foi crescendo aumentou também a quantidade de emails de leitores relatando histórias (sur)reais vivenciadas por eles e pedindo que fossem transformadas em tirinhas. Não sei exatamente o número, mas creio que, hoje em dia, a quantidade de emails recebidos com histórias seja um terço dos emails com flagras.

Info - Quando você começou com esse quadro? Os leitores enviam muitos deles?

Farias - Acho que o primeiro flagra – que inclusive era uma situação que aconteceu comigo mesmo – foi postado em 2010.

Aí tive a ideia de criar uma série semelhante aos Flagras de MSN do blog de humor Jacaré Banguela. Recebo uns cinco ou dez e-mails diários com as situações enviadas por eles, muito graças à grande identificação dos leitores com o site.

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