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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h28.
A expansão da telefonia celular pode ser uma importante ajuda no combate à pobreza em países em desenvolvimento, como os africanos -- alvo das preocupações da reunião do G-8 (grupo dos sete países mais ricos, além da Rússia), na semana passada. Segundo a revista britânica The Economist, a superação do abismo digital que separa as nações mais desenvolvidas das mais pobres passará pelos celulares, e não pelos computadores pessoais.
De acordo com The Economist, os celulares se tornaram indispensáveis nos países mais ricos, mas também encontram um espaço promissor e muito útil nas nações mais pobres, onde a disponibilidade de outros meios de comunicação (rodovias, correios e telefonia fixa, entre outros) é precária. Entre os exemplos citados pela revista, estão a possibilidade de acesso a informações sobre cotações de commodities nos mercados internacionais e outras notícias econômicas, via transmissão de dados wireless, o que melhoraria a qualidade das decisões tomadas pelos homens de negócios locais.
Um estudo recente da London Business School descobriu que o Produto Interno Bruto dos países em desenvolvimento cresce 0,6 ponto percentual, a cada vez que o número de celulares para cada 100 habitantes sobe em dez unidades. "Os telefones celulares são, em resumo, um exemplo clássico de uma tecnologia que ajuda as pessoas a ajudar a si mesmas", afirma a revista.
Os desafios para aumentar a penetração dos aparelhos nesses mercados não são pequenos. Estima-se que apenas 5% da população na Índia e na África Subsaariana possuem seu próprio celular. O preço dos aparelhos é a principal barreira, segundo Alan Knott-Craig, gerente da Vodacom -- companhia de telecomunicações americana que também atua em cinco países africanos. Segundo os especialistas, se o preço dos aparelhos caísse dos atuais 60 dólares para 30 dólares, o número de usuários na África e no Oriente Médio poderia dobrar.
Para a GSM Association, que representa as operadoras que trabalham com o sistema GSM, o barateamento dos aparelhos poderia ampliar o mercado dos países em desenvolvimento ao ritmo de 100 a 150 milhões de novos clientes por ano, nos próximos cinco ou dez anos.