Sony inverte previsões e afirma que terá lucro neste ano
Resultados obtidos entre outubro e dezembro surpreendem o mercado e levam a empresa a rever suas expectativas
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h26.
O bom desempenho da Sony em seu terceiro trimestre fiscal entre outubro e dezembro levou a companhia a rever suas projeções para o exercício que terminará em março de 2006. Em vez de um prejuízo líquido de 10 bilhões de ienes (cerca de 86,39 milhões de dólares), a companhia espera agora um lucro líquido de 70 bilhões de ienes (aproximadamente 604 milhões de dólares). "Há sinais de recuperação, mas ainda não em um nível satisfatório", afirmou o diretor financeiro da companhia, Nobuyuki Oneda, ao americano The Wall Street Journal.
Nos três últimos meses de 2005, os ganhos líquidos do grupo atingiram 169 bilhões de ienes, um incremento de 18% sobre o mesmo período do ano passado. As vendas cresceram 10%, para 2,4 trilhões. Tanto o lucro, quanto o faturamento são os maiores já registrados pela companhia em um trimestre.
Uma série de fatores favoreceu a empresa neste trimestre. Entre eles, estão o forte aumento das vendas de videogames e televisores de tela plana, e as taxas de câmbio mais favoráveis à exportação. Mas os analistas alertam sobre os riscos que ainda pesam sobre a Sony, como a forte competição no mercado de aparelhos eletrônicos, que tende a reduzir os preços dos produtos e, em decorrência, o faturamento e as margens das empresas.
Reestruturação
A recuperação financeira da Sony também reflete a forte reestruturação implementada pela sua diretoria. Em setembro do ano passado, a empresa japonesa anunciou planos que incluem a demissão de 10 000 funcionários até 2018. Os esforços não pouparam nem mesmo produtos que se tornaram mundialmente famosos, como o Aibo, o cãozinho-robô mais badalado do mercado. Criado em 1999, com pompa, design e tecnologia de primeira linha, o produto não vingou e acaba de ser eliminado da linha de produção.
Apesar da fama, o Aibo não gerava lucros para a empresa. Até hoje, foram vendidas apenas 150 000 unidades em todo o mundo. Mesmo com toda a tecnologia aplicada no brinquedo (que chegava a falar 1 000 palavras), seu preço 2 000 dólares era considerado um impedimento até mesmo para as famílias mais abastadas.
Além disso, a Sony pagou o preço do pioneirismo. Depois de todo o esforço financeiro para desenvolver o Aibo, a empresa foi obrigada a competir com dezenas de cópias de cãezinhos cibernéticos no mercado. Todos com preço muito mais em conta. Como bem resumiu um dos executivos da Sony ao site de notícias News.com, "nosso negócio é fabricar eletrônicos, jogos e entretenimento, mas o foco é gerar lucro".