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Médicos descobrem que Ebola pode sobreviver dentro dos olhos de pacientes

O vírus fez com que a íris de um americano que contraiu a doença no ano passado mudasse de cor

EBOLA (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 07h06.

Pela primeira vez, pesquisadores descobriram o vírus Ebola dentro dos olhos de um paciente, meses após o vírus ter sido eliminado de seu sangue.

O caso de Ebola no olho aconteceu com Ian Crozier, um médico americano de 43 anos, diagnosticado com Ebola em setembro, enquanto trabalhava com a Organização Mundial de Saúde em Serra Leoa.

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Ele foi tratado em Atlanta, nos Estados Unidos, e teve alta clínica em outubro, quando nenhum traço de Ebola permanecia em seu organismo. Dois meses depois, ele desenvolveu uma inflamação e pressão alta no olho esquerdo, causando tontura e problemas de visão.

O mais incrível: a íris de Crozier mudou de cor. Seu olho esquerdo deixou de ser azul para tornar-se verde.

Ao voltar ao hospital universitário no qual foi tratado, o oftamologista Steven Yeh drenou parte do fluído presente nos olhos de Crozier e fez o teste para diagnosticar o Ebola. O fluído continha o vírus, mas as lagrimas e tecido que fica em volta do olho não tinha a doença. Ou seja, o Ebola estava usando o olho do médico como habitat.

Crozier ainda não recuperou completamente sua visão, de acordo com uma entrevista ao New York Times. Mas a cor do olho já voltou ao azul natural.

O Ebola já infectou mais de 26 mil pessoas na África Ocidental, desde dezembro de 2013. Segundo uma pesquisa, 40% dos sobreviventes da doença registraram problemas na visão após a cura, mas até agora a medicina não entendia por que isso acontecia. O único lugar que os médicos sabiam que o vírus poderia persistir era no sêmen.

Fonte: The New England Journal of Medicine

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