Tecnologia

Gustavo Assunção, da Samsung: 2023 vai ser o ano do 5G para as massas no Brasil

Com o desafio de contornar uma queda nas remessas, a Samsung parece ter encontrado no novíssimo Galaxy S23 um caminho para turbinar as vendas. Em entrevista à EXAME, o executivo Gustavo Assunção conta detalhes do lançamento que se mostrou bem-sucedido no país

Gustavo Assunção: vice-presidência de Mobile Experience da Samsung (Samsung/Reprodução)

Gustavo Assunção: vice-presidência de Mobile Experience da Samsung (Samsung/Reprodução)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 24 de março de 2023 às 12h52.

Última atualização em 24 de março de 2023 às 14h23.

O que reserva a década atual para os smartphones? O cenário inicial se mostra de desafios. Durante 2022, as remessas de celulares caíram quase 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Depois de um ciclo intenso de expansão, o que foi visto no ano passado é a menor produção de aparelhos desde o ano de 2013, com 1,2 bilhão de unidades.

Mas muito mais do que uma ressaca econômica, e uma dificuldade das cadeias de suprimentos, parte da culpa (ou crédito) pelo cenário negativo é do próprio smartphone, que tem fracassado em gerar interesse e encanto nos consumidores.

Por assim dizer, os dispositivos sofrem para para provar que há algo realmente novo por trás de suas telas sensíveis ao toque. Afinal, pagar mais por modelo premium garante vantagens tão exclusivas e diferentes de smartphone de entrada?

Para a coreana Samsung, que viu uma queda de 16% nas remessas, a estratégia tem sido manter uma oferta ampla de parelhos. Diferente da sua principal rival, a Apple, os mais de 330 milhões de smartphones produzidos em 2022 seguem divididos em linhas que vão das básicas de entrada até o super premium. Com variações como a linha dobrável Galaxy Z, que traz inovações vistas em pouquíssimas marcas.

Na mais recente aposta da empresa, o recém lançado Galaxy S23 desponta como produto chefe para contornar o momento ruim. E os indicadores do seu desempenho são bem positivos. Na Ásia, o lançamento em fevereiro teve 10% a mais de vendas do que a do antecessor S22. Na América Latina, entre  1º a 13 de fevereiro, o S23 Ultra foi responsável por 59% das encomendas de aparelhos da coreana na região.

Em entrevista à EXAME, o vice-presidência de Mobile Experience da Samsung, Gustavo Assunção, contou detalhes da estratégia de vendas do novo aparelho e comentou o interesse dos usuários por novidades nos smartphones. Para o executivo, que também encara uma mudança geracional no consumo, o 5G é uma tecnologia que deve movimentar as vendas e atrair clientes.

Confira abaixo a conversa com Gustavo Assunção, da Samsung:

Como foi a recepção do S23? O desempenho nas vendas é equiparável ao do que foi o S22?

A recepção está sendo muito positiva. Aqui no Brasil, nas três primeiras semanas de lançamento, o desempenho das vendas dos novos Galaxy S23 superou em duas vezes o da família S22, lançada na mesma época no ano passado. Quando entramos nos detalhes de quais dispositivos da família mais se destacam, o Galaxy S23 Ultra, nosso modelo topo de linha, respondeu por 50% das vendas. Este resultado reflete o comportamento do mercado brasileiro e a forma como as pessoas estão consumindo tecnologia no país. Em linhas gerais, de acordo com dados da GfK, estamos falando de um aumento do ticket médio para 7% quando comparamos janeiro de 2023 com janeiro de 2022. Nossa percepção para esse aumento nas vendas dos smartphones premium é a de que as pessoas estão cada vez mais transformando os smartphones na central digital de suas vidas.

Hoje o Galaxy S23 é visto como um smartphone para qual tipo de público? Como vocês pensaram a campanha de lançamento global e brasileira?

Sabemos que cada pessoa tem um comportamento diferente no que diz respeito ao uso do smartphone, mas é possível observar algumas tendências entre aquelas que buscam por um dispositivo premium. No caso do S23, estamos falando sobretudo nos “Expressers”, que são aqueles que usam o dispositivo para compartilhar momentos do seu dia a dia, e os “Life Maximizers”, que têm no smartphone uma ferramenta para otimizar o tempo, seja no trabalho, no lazer ou no estudo. A linha Galaxy S23 é voltada, portanto, a um público que está disposto a investir mais num dispositivo que irá acompanhar uma rotina digital intensa. Para isso, criamos alguns programas de facilitação de compra, seja por meio de financiamento ou numa modalidade de pagamento mensal com alguns parceiros, que nos permitem atingir um público cada vez mais amplo que busque pelos benefícios da melhor experiência móvel que podemos oferecer.

A Apple capturou a geração Z nos Estados Unidos de forma tão abrangente que os nascidos depois de 1996 representam 34% de todos os proprietários de iPhone nos EUA, contra 10% da Samsung, segundo dados da Attain. Somado a isso, smartphones indicam uma redução nas remessas. Como enfrentar esse cenário e conquistar uma base nova de consumidores?

Acredito que parte da resposta está na nossa capacidade de entregar o portfolio mais completo do mercado. O 5G é um bom exemplo dessa nossa estratégia. Desde que a tecnologia estreou no Brasil, lançamos 32 modelos compatíveis com 5G, com as mais variadas faixas de preço. De smartphones de entrada, a partir de R$ 1500, como o Galaxy A14 5G, até nossos modelos mais premium, como o Galaxy S23 Ultra e os dobráveis da família Galaxy Z. E para ter esse portfólio robusto, é preciso investir por anos de forma consistente em inovação e produção local. Isso nos dá musculatura para enfrentar quaisquer oscilações de mercado. Não vamos abrir mão do protagonismo que temos no mercado brasileiro.

A linha Galaxy também tem apelo e funções pensadas para o corporativo. No S23 quais atualizações devem gerar mais apelo com esse segmento? E há uma estratégia de venda da Samsung para empresas no Brasil?

Para o mercado corporativo, temos como grande apelo os recursos que garantem a produtividade, além de segurança e privacidade. Os smartphones vêm com a proteção Samsung Knox de ponta a ponta da Samsung e com o Painel de Segurança e Privacidade Samsung Galaxy – que oferece visibilidade total sobre quem tem acesso aos seus dados e como eles estão sendo usados. Outro recurso é o Knox Vault, que, protege as informações críticas dos smartphones, isolando-as do restante do dispositivo, incluindo o sistema operacional, ou seja, oferecendo proteção adicional. Ainda há recursos como o Google Meet emparelhado com o Samsung Notes, e a S Pen (a caneta inteligente) embutida, isso com foco em colaboração. Ainda nesta frente, o Compartilhamento Online permite que todos os participantes editem um mesmo documento, cada um de seus dispositivos Android.

O 5G já se tornou um diferencial para a troca de um aparelho? Qual é a sua percepção sobre essa tecnologia na hora de levar o consumidor a considerar um  novo modelo?

Sem dúvida, 2023 vai ser o ano do 5G para as massas no Brasil. No caso da Samsung vemos esse movimento como uma locomotiva de crescimento e, dentro da nossa estratégia de democratização da tecnologia, focamos em portfólio, ações de affordability, e um trabalho muito próximo a parceiros e operadoras justamente para seguirmos à frente deste movimento. Como falei anteriormente, temos hoje o maior portfólio de dispositivos 5G do Brasil. Desde o lançamento do primeiro smartphone 5G da Samsung, em 2020, são 32 modelos 5G lançados no Brasil disponíveis em várias faixas de preço. De acordo com números da GfK, o mercado total de smartphones 5G em quantidade cresceu 137% em janeiro de 2023 quando comparado a janeiro de 2022. Quando olhamos para a Samsung, esse mesmo incremento foi de 290%. Então não só temos a liderança do 5G, como seguimos crescendo bem acima da média do mercado.

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