Exame Logo

Estudo vincula carne vermelha a doenças cardíacas

A carnitina é um composto que pode danificar o coração e as artérias

Carne vermelha: no Reino Unido, o governo recomenda não comer mais de 70 gramas de carne vermelha ou processada por dia. (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2013 às 15h34.

Londres - Uma substância química encontrada na carne vermelha foi relacionada com possíveis problemas cardíacos, segundo um estudo feito por especialistas norte-americanos divulgado nesta segunda-feira na revista britânica "Nature".

A carnitina é um composto é comumente vendida como suplemento para ajudar as pessoas a perder peso e estimular o desenvolvimento muscular e pode danificar o coração e as artérias, segundo as pesquisas de um grupo de cientistas americanos.

O estudo mostrou que as bactérias que ficam alojadas no intestino desfizeram a carnitina e isso desencadeou uma série de reações, que resultaram em níveis mais altos de colesterol e em um aumento no risco de doenças cardíacas.

Além disso, os especialistas advertiram quanto à existência de um risco na ingestão da substância nos suplementos para emagrecer.

Não é a primeira vez que um estudo previne contra o consumo excessivo de carne vermelha, carne moída e bacon.

No Reino Unido, o governo recomenda não comer mais de 70 gramas de carne vermelha ou processada por dia.

"O conteúdo de colesterol e gorduras saturadas na carne vermelha magra não é tão alto, há algo mais que contribui para aumentar o risco cardiovascular", disse Stanley Hazen hoje à rede britânica "BBC", da Clínica de Cleveland, um dos investigadores do estudo.

Para chegar a essa conclusão, durante os experimentos desenvolvidos com ratos e humanos viu-se que as bactérias do intestino podiam comer carnitina, substância que por sua vez se decompõe em um gás, que no fígado se transforma em um composto químico denominado TMAO.


Durante o estudo, os especialistas relacionaram o TMAO à elaboração de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, o que pode desencadear doenças cardíacas e levar à morte.

Segundo observou Hazen, "embora o TMAO seja um produto de resíduos, influi de forma significativa no metabolismo do colesterol e o efeito leva a uma acumulação de colesterol".

"As descobertas endossam a ideia de que menos carne vermelha é melhor", acrescentou o cientista, que também disse que o estudo propõe consumir iogurtes probióticos perante as bactérias que há no intestino.

Reduzir o número de bactérias que se alimentam de carnitina reduziria, em teoria, os riscos de saúde provocados pela carne vermelha.

Por sua vez, Victoria Taylor, especialista em dietética na Fundação Britânica do Coração, considerou que se trata de "uma descoberta interessante e explica porque a carne vermelha poderia ter um impacto na saúde cardíaca".

"Embora esses estudos não vão vão mudar necessariamente as recomendações existentes, esses cientistas nos alertam para que, se comermos regularmente muita carne vermelha ou carnes processadas, pensemos em fontes alternativos de proteína", disse.

Veja também

Londres - Uma substância química encontrada na carne vermelha foi relacionada com possíveis problemas cardíacos, segundo um estudo feito por especialistas norte-americanos divulgado nesta segunda-feira na revista britânica "Nature".

A carnitina é um composto é comumente vendida como suplemento para ajudar as pessoas a perder peso e estimular o desenvolvimento muscular e pode danificar o coração e as artérias, segundo as pesquisas de um grupo de cientistas americanos.

O estudo mostrou que as bactérias que ficam alojadas no intestino desfizeram a carnitina e isso desencadeou uma série de reações, que resultaram em níveis mais altos de colesterol e em um aumento no risco de doenças cardíacas.

Além disso, os especialistas advertiram quanto à existência de um risco na ingestão da substância nos suplementos para emagrecer.

Não é a primeira vez que um estudo previne contra o consumo excessivo de carne vermelha, carne moída e bacon.

No Reino Unido, o governo recomenda não comer mais de 70 gramas de carne vermelha ou processada por dia.

"O conteúdo de colesterol e gorduras saturadas na carne vermelha magra não é tão alto, há algo mais que contribui para aumentar o risco cardiovascular", disse Stanley Hazen hoje à rede britânica "BBC", da Clínica de Cleveland, um dos investigadores do estudo.

Para chegar a essa conclusão, durante os experimentos desenvolvidos com ratos e humanos viu-se que as bactérias do intestino podiam comer carnitina, substância que por sua vez se decompõe em um gás, que no fígado se transforma em um composto químico denominado TMAO.


Durante o estudo, os especialistas relacionaram o TMAO à elaboração de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, o que pode desencadear doenças cardíacas e levar à morte.

Segundo observou Hazen, "embora o TMAO seja um produto de resíduos, influi de forma significativa no metabolismo do colesterol e o efeito leva a uma acumulação de colesterol".

"As descobertas endossam a ideia de que menos carne vermelha é melhor", acrescentou o cientista, que também disse que o estudo propõe consumir iogurtes probióticos perante as bactérias que há no intestino.

Reduzir o número de bactérias que se alimentam de carnitina reduziria, em teoria, os riscos de saúde provocados pela carne vermelha.

Por sua vez, Victoria Taylor, especialista em dietética na Fundação Britânica do Coração, considerou que se trata de "uma descoberta interessante e explica porque a carne vermelha poderia ter um impacto na saúde cardíaca".

"Embora esses estudos não vão vão mudar necessariamente as recomendações existentes, esses cientistas nos alertam para que, se comermos regularmente muita carne vermelha ou carnes processadas, pensemos em fontes alternativos de proteína", disse.

Acompanhe tudo sobre:DoençasIndústriaSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Tecnologia

Mais na Exame