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Atrasada, Apple planeja relógio com monitoramento do sono

Recurso deve chegar ao Apple Watch em 2020, mas, antes, empresa precisa vencer um desafio: fazer a bateria do aparelho durar mais

 (Apple/Divulgação)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 09h54.

A Apple está testando um monitor de sono para uma futura versão de seu relógio inteligente, um recurso que daria impulso à empresa no mercado de monitoramento da saúde e do condicionamento físico.

A empresa vem testando o recurso de monitoramento do sono há vários meses com verificadores em lugares secretos perto de sua sede em Cupertino, na Califórnia, segundo pessoas familiarizadas com o trabalho. O plano da empresa é adicionar o recurso ao Apple Watch até 2020 caso ele se saia bem nas fases de teste, segundo uma das pessoas. A empresa lançou novas versões do Apple Watch no quarto trimestre de todos os anos desde 2016.

O monitoramento do sono no Apple Watch reduziria a vantagem competitiva da Fitbit, uma antiga produtora de aparelhos de vestir voltados ao condicionamento físico, no mercado. Além da Fitbit, a Withings, formalmente conhecida como Nokia Health, também fabrica aparelhos para monitorar o sono.

A Apple não respondeu aos pedidos de comentários a respeito dos planos da empresa.

 

 

A tecnologia ela já tem

Um novo Apple Watch não seria a primeira incursão da fabricante do iPhone no ramo de hardware para o monitoramento do sono. Em maio de 2017 a Apple adquiriu a startup finlandesa Beddit, que produz uma tira com sensores para monitorar o sono. A Apple vende o produto com a marca Beddit em seu website e lançou uma versão atualizada no fim do ano passado.

Devido à queda do crescimento das vendas de seu principal produto, o iPhone, a Apple tem promovido entre os investidores uma série de outros aparelhos, inclusive o Apple Watch. Desde que saiu à venda, em abril de 2015, o produto se tornou um dos relógios inteligentes mais populares. No entanto, o item representa apenas uma parcela da categoria Wearables, Home and Acessories (aparelhos de vestir, para o lar e acessórios) da empresa, que gerou US$ 17,4 bilhões em receitas em 2018, contra US$ 164,9 bilhões do iPhone.

A Apple não revelou quantas unidades do Apple Watch foram vendidas, mas a Strategy Analytics estimou que a empresa comercializou 4,5 milhões de unidades no terceiro trimestre, o equivalente a 45 por cento do mercado. A firma de análises anunciou que a Apple perdeu participação no ano passado para a Fitbit. A estimativa é que as vendas globais de relógios inteligentes tenham aumentado 40 por cento em 2019, para 74,1 milhões de unidades, informou a Gartner em relatório de novembro.

Antes de lançar novos recursos relacionados à saúde e ao condicionamento físico para o Watch, a Apple submete a funcionalidade a testes rigorosos em laboratórios em seu campus. A empresa também realiza testes internos de novos sensores em equipamentos de exercícios, como esteiras e bicicletas, e analisou o recurso de monitoramento de natação do Watch com examinadores em piscinas. A empresa conta também com câmaras de testes para imitar as condições climáticas externas e monitorar a respiração e a transpiração dos usuários.

O desafio da bateria

Uma necessidade prática do monitoramento do sono em um relógio inteligente é uma bateria capaz de durar vários dias.

Cada modelo do Apple Watch até o momento foi anunciado com a capacidade de durar um dia, sendo necessário carregar a bateria a cada noite.

Em comparação, os relógios Fitbit com monitoramento do sono são anunciados com a capacidade de funcionar até uma semana por recarga.

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