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O poder dos juros compostos: fundo multimercado bate 1.000% em 18 anos

Um dos fundos com estratégia long short mais longevos do país, da gestora Claritas, reforça a relevância do longo prazo para investir

 (./Getty Images)

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Marcelo Sakate

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 06h00.

Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, costuma atribuir parte do seu sucesso a um fator: o poder dos juros compostos. É a capacidade de multiplicação de recursos provocada pelos juros que incidem de forma cumulativa sobre o capital ao longo de muitos anos, até de décadas.

Em um mercado de capitais que ainda está em fase de desenvolvimento e de diversificação de produtos para os investidores de varejo, caso do Brasil, um fundo acaba de atingir duas marcas que servem como exemplo do poder dos juros compostos citado pelo bilionário americano: o fundo multimercado long short da gestora Claritas acaba de completar 18 anos de existência com uma rentabilidade acumulada na casa de 1.000%.

Para ser mais exato: o retorno acumulado é de 991,46% até setembro. É uma rentabilidade equivalente a 153% do CDI no período, que ficou em 648%. Lançado em 2002, o Claritas Long Short FIC FIM foi um dos primeiros com essa estratégia no mercado brasileiro.

São fundos em que o gestor monta operações simultâneas em que fica vendido em uma ação que avalia que vai cair (short) e comprado em outra que acha que vai subir (long). E o objetivo é lucrar com a liquidação das operações segundo as oscilações das ações.

Colocado de outra maneira: o investidor que entrou na criação do fundo em 2002 com 10 mil reais, que é o valor da aplicação mínima inicial, teria multiplicado seu patrimônio por 11 vezes desde então, para 110 mil reais. Se o aporte inicial tivesse sido de 100 mil reais, o mesmo investidor estaria na casa do milhão, com 1,1 milhão de reais.

"Passamos por muitas crises e muitos testes ao longo dos 18 anos, com a mesma equipe, algo que é raro no mercado", afirma Eduardo Morais, gestor de ações da Claritas. Ao lado de Helder Soares, diretor de investimentos, e de Paulo Frade, chefe de análise de ações, Morais está na linha de frente da gestão da Claritas desde o início dos anos 2000.

Segundo Morais, a experiência acumulada foi fundamental para o aprimoramento do controle de risco, algo que se refletiu na contenção de perdas do fundo no momento mais agudo da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus e ao longo do ano.

Em março, o fundo teve perda de 3,67%. De janeiro a setembro, a rentabilidade é negativa em 0,88%, abaixo da variação acumulada de 2,30% do CDI, mas em linha ou melhor do que o retorno negativo de muitos fundos multimercados do país.

No ano, a Claritas colhe os frutos de seu desempenho e do ambiente favorável para a captação de fundos multimercado e de ações diante da taxa básica de juros, a Selic, em mínimas históricas -- a taxa está em 2% ao ano: a gestora teve um salto de 27 mil para 77 mil mil cotistas em seus fundos multimercados entre o fim de 2019 e o fim do terceiro trimestre em setembro, de acordo com dados da consultoria Economatica.

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