ChatGPT para poucos: países pobres podem ficar para trás na corrida da inteligência artificial
Com países mais pobres sem infraestrutura e capital humano, ganhos de inovações tecnológicas, como a inteligência artificial, podem acentuar desigualdade
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Vendedor na Nigéria: países mais pobres têm menos infraestrutura digital e capital humano qualificado (Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 22 de março de 2023, 06h00.
Última atualização em 22 de março de 2023, 09h27.
Se o assunto hoje é o ChatGPT — um mecanismo conversacional de inteligência artificial —, ontem os debates na tecnologia eram sobre o metaverso, o 5G, os algoritmos, os smartphones. Não importa a inovação da vez, o cenário se mantém: a maior parte dos países não tem sequer as bases para se beneficiar desse tipo de nova tecnologia daqui em diante.
A conclusão é de um levantamento da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que comparou a fatia de trabalhadores qualificados e a média de velocidade de internet para entender quanto os países têm infraestrutura digital preparada.
A maioria dos países de baixa renda e vários dos de renda média se encontram nos piores patamares, abaixo da média mundial.
“Países em desenvolvimento precisam acelerar o ritmo de preparação para tais tecnologias ou correrão o risco de ficar ainda mais para trás”, escreveu a diretora da divisão de tecnologia da Unctad, Shamika N. Sirimanne.

- (Arte/Exame)
Mesmo sem levar em conta outros fatores decisivos (como o capital e empresas pioneiras já instaladas em cada lugar), a conjuntura pode ampliar a lacuna de riqueza entre países ricos e pobres.
E, na frente social, embora haja consenso sobre como a inteligência artificial deve elevar a produtividade, o risco é de que países em desenvolvimento sejam encurralados no meio da mudança sem terem resolvido problemas anteriores.
A Unctad aponta quatro frentes de ação:
- preparar a força de trabalho (com foco em resolução de problemas e criatividade);
- elaborar políticas públicas e empresariais para os que perderão com a transição;
- compartilhar benefícios da tecnologia;
- e garantir um arcabouço ético e regulatório para as inovações.
Esta reportagem faz parte da seção Visão Global, disponível na edição de março da EXAME. Leia também as outras notas da seção:
Créditos

Carolina Riveira
Repórter de Economia e MundoFormada pela Universidade de São Paulo, cobre temas de políticas públicas, economia e política internacional para a EXAME. Publicou em veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Folha de S.Paulo.Últimas Notícias
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