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“Queremos muitos acordos”, diz novo embaixador dos EUA no Brasil

Todd Chapman diz que o estreitamento das relações depende da capacidade do país de fazer as reformas econômicas necessárias

O diplomata Todd Chapman: ”Se nosso mercado é aberto, você precisa abrir o seu”  (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

O diplomata Todd Chapman: ”Se nosso mercado é aberto, você precisa abrir o seu” (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 2 de julho de 2020 às 05h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h14.

O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, chegou no final de março, em um momento delicado, com o país tentando lidar com a pandemia da covid-19 e as incertezas na economia. À EXAME, o diplomata concedeu a seguinte entrevista.

Qual é a percepção dos Estados Unidos sobre a situação da pandemia no Brasil?

O problema da covid-19 é um desafio mundial e está afetando o Brasil e os Estados Unidos. Por isso precisamos cooperar. Já enviamos mais de 12,5 milhões de dólares de assistência direta e o setor privado americano doou mais de 40 milhões de dólares.

Quando será permitida a entrada nos Estados Unidos de pessoas que tenham passado pelo Brasil?

Não temos previsão. A decisão dependerá do que estiver acontecendo no Brasil. Torcemos para que o platô chegue logo ao país.

Por que, depois de muito tempo, os Estados Unidos reivindicaram a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento?

Isso mostra que temos muito interesse na América Latina e nosso candidato, Mauricio Claver-Carone, tem um currículo adequado. Cooperamos com o Brasil em muitos temas, em outros não estamos tão próximos ou da mesma maneira.

Que avaliação seu governo faz dos avanços da China na América Latina?

O que nosso presidente exige é que as relações sejam recíprocas: se o nosso mercado é aberto, você precisa abrir o seu. Essa é a mensagem do meu governo em relação ao mundo e ao Brasil, inclusive.

A entrada da empresa chinesa Huawei no 5G brasileiro poderá prejudicar as relações entre os países?

Haverá quem não queira trabalhar com operadoras que usem um equipamento que tenha linha direta com Pequim. O Departamento de Estado americano já anunciou que não fará isso, o que poderá trazer desdobramentos comerciais.

Como está a negociação de um acordo comercial com o Brasil?
Queremos muitos acordos com o Brasil. É preciso caminhar antes de correr: as conversas estão avançadas, porém tudo depende da capacidade de fazer as reformas econômicas necessárias.

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