Revista Exame

Conheça os melhores fundos de debêntures incentivadas em 2022

Icatu foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

Marco Antonio Pereira e Alan Corrêa Junior, da Icatu: retorno real em meio à volatilidade (Andre Valentim/Exame)

Marco Antonio Pereira e Alan Corrêa Junior, da Icatu: retorno real em meio à volatilidade (Andre Valentim/Exame)

Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.

A Icatu foi a vencedora da categoria fundos de debêntures incentivadas na premiação Melhores d0 Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo Icatu Vanguarda Infra de acordo, em ranking elaborado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), partindo de uma metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas em investimentos.

Foram premiados os fundos que tiveram a melhor performance dos últimos dois anos, combinando consistência com gestão de risco (a metodologia completa está no site da EXAME). Na segunda colocação ficou o BTG Pactual Infra Inflação, do BTG Pactual, seguido pelo AZ Quest Debêntures Incentivadas, da gestora AZ Quest.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2021 e 2022, além da visão para o ano de 2023:

1o: Icatu Vanguarda

“Um dos diferenciais do nosso produto é a abordagem total return [retorno total, numa tradução livre do inglês], que aqui no Brasil é muito conhecida em fundos multimercado. É um produto que se propõe a gerar retornos reais de longo prazo no mercado de crédito. Em 2022, houve muita volatilidade no crédito ao longo do último ano, então foi difícil alcançar rentabilidade apenas com a carteira de ativos de crédito de infraestrutura. Contamos muito com a parcela do fundo que investe em risco de mercado, onde temos acesso a tudo que é permitido operar no universo de renda fixa. Mas, dentro da carteira de crédito, vale dizer que buscamos mais risco na segunda metade do ano para a frente, com a abertura dos spreads. Compramos ativos mais longos, participamos de mais projetos, de mais ofertas primárias. Foi importante para conseguirmos esse resultado. Para 2023, vemos um ponto de entrada muito interessante de retorno e de spread de crédito considerando uma carteira com boa qualidade de ativos e sem nenhuma cobrança de imposto de renda.”

Antonio Coutinho Corrêa, gestor de renda fixa da Icatu Vanguarda


2o: BTG Pactual

“O principal ponto é nossa gestão ativa. Temos a estratégia de girar bastante a carteira. Acho que com isso acertamos muito bem os nomes. Óbvio que não é comprar qualquer operação, é acertar a que achamos que vai ter um ganho maior. O segundo ponto é que fizemos algumas operações em que reduzimos o prazo médio da carteira, para diminuir um pouco o duration. Naturalmente, como foi um ano de abertura de spreads e de NTNB, se você está com duration mais curto, acaba sendo menos impactado numa abertura da curva. É uma posição de menos risco e, como os juros subiram, quem estava tomando um prazo médio maior sofreu mais. Agora estamos vendo um momento em que os participantes da indústria estão mais preocupados com o mercado de crédito. E, por mais que os juros não impactem nossa estratégia, vemos uma demanda um pouco menor pelos ativos. Ficamos mais seletivos, tentando comprar operações com spread mais alto. Mas vale lembrar que esse é um setor de menor impacto por ciclos macroeconômicos: infraestrutura é um setor mais defensivo. Então é um momento muito interessante para entrar no produto, e o mercado deve aumentar ao longo deste ano. Com a marcação a mercado, o efeito de curto prazo é um mercado menor, mas no médio e longo prazo é muito positivo, com um mercado mais transparente.”

Eduardo Arraes, sócio e gestor dos fundos de crédito corporativo do BTG Pactual


3o: AZ Quest

“No início do ano, as empresas estavam saudáveis e o Banco Central estava no meio do processo de subida de juros. Então sabíamos que havia spread de crédito na mesa. Foi onde fomos bem no fundo, porque nos posicionamos exatamente para a subida de juros e fechamento do spread de crédito. Havia uma eleição polarizada pela frente e, somada ao ciclo de alta de juros, esperávamos alta volatilidade no primeiro semestre. Para capturar esse cenário, deixamos o fundo mais conservador no início do ano. Preservamos ativos de liquidez e nos posicionamos para a volatilidade dos juros. Reduzimos a duração dos títulos para sofrer menos quando a curva de juros começasse a abrir. A eleição trouxe menos volatilidade do que imaginávamos no início de 2022, só que começou a guerra na Ucrânia. Então a volatilidade não veio do ambiente interno, mas do externo. Nesse processo, as taxas de juro começaram a abrir, principalmente as de prazo mais longo. Foi um ano com muitos eventos aleatórios. Tivemos de ir manejando os riscos, mesmo com as restrições da legislação dos fundos de debêntures incentivadas, o que fez com que nosso trabalho fosse mais difícil.”

Laurence Mello, sócio e gestor responsável pela estratégia de crédito privado da AZ Quest


TOP 10 (Listados em ordem alfabética)
ARX Elbrus Infra
AZ Quest Debêntures Incentivadas
BB Top Infra RF
BTG Pactual Deb. Inc. Infra Inflação
CA Indosuez Debêntures Incentivadas
Icatu Vanguarda Infra
Plural Debêntures Incentivadas 30
Safra Infraestrutura Premium
Santander Inflação
XP Debêntures Incentivadas

 

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