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Arena das Dunas: o estádio de Natal é uma das heranças da megalomania irresponsável. Para a capital potiguar, assim como para outras cidades, abrigar megaeventos revelou-se um mau negócio (Rubens Chaves/Pulsar Imagens/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 08h21.
Se nada mais fosse dito sobre o legado da Copa do Mundo e da Olimpíada do Rio de Janeiro, bastaria um único número para evidenciar o buraco em que nos metemos. As quatro arenas dos Jogos Olímpicos que ficaram sob a administração do governo federal trouxeram uma receita no ano passado de 1,3 milhão de reais. Sua manutenção, porém, custou 35 milhões de reais no mesmo período. Torramos quase 34 milhões em 12 meses, e nada faz crer que a história será diferente neste ano. É difícil entender o que leva um país como o Brasil, com tantos problemas ainda a enfrentar, a decidir que é hora de sediar os dois mais caros encontros esportivos do mundo. Pois o fato é que fizemos isso anos atrás. O custo da embriaguez em dose dupla começou a ser pago quando um substancial montante de dinheiro público deixou de ser investido em educação, saúde, saneamento, segurança, estradas e outras necessidades básicas para atender a exigências dos detentores dos direitos de montagem das competições. E o pagamento segue parceladamente, sabe-se lá até quando, na forma de prejuízos com a manutenção de estruturas que foram aproveitadas plenamente, às vezes, por apenas um mês e agora são subutilizadas ou estão completamente inúteis.