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“Uber da lavagem de carro” expande para cinco novas cidades mesmo na crise

O aplicativo Lavô, criado em 2018 em Brasília, cresce 43% ao mês com um serviço de lavagem de automóveis em domicílio

Lavô: os serviços de limpeza variam de 30 a 185 reais, a depender da complexidade da lavagem (Lavô/Divulgação)

Lavô: os serviços de limpeza variam de 30 a 185 reais, a depender da complexidade da lavagem (Lavô/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 19 de julho de 2020 às 14h17.

Última atualização em 20 de julho de 2020 às 14h18.

O isolamento social favoreceu os serviços em domicílio. Quem cresce com essa onda é a startup brasileira Lavô, que oferece lavagem a seco de carros na casa do clientes. A empresa não possui funcionários próprios, mas sim parceiros autônomos que realizam o serviço. Presente em Brasília, Goiânia, Curitiba e Uberlândia, a startup chega, em plena crise, em São Paulo, Campinas, Florianópolis, Belo Horizonte e Balneário Camboriú.

O negócio foi idealizado em 2016 pelo casal Ricardo e Patrícia Pereira. A ideia surgiu quando eles moravam nos Estados Unidos e viram uma van que ia até a casa dos clientes limpar seus veículos. Os dois perceberam que esse tipo de serviço teria espaço no Brasil e decidiram voltar para o país e começar a empresa. A operação foi iniciada em 2018, em Brasília, e começou a se expandir em 2019 pelo país. Hoje, cresce a uma taxa de 43% ao mês.

Como funciona

O serviço funciona de forma similar ao da Uber e 99. Pelo aplicativo, o cliente pode solicitar a lavagem. Ele seleciona a data e hora, o tipo de limpeza desejada e faz o pagamento com cartão de crédito ou débito. Na dia marcado, um parceiro da Lavô vai até o endereço e realiza a lavagem a seco do veículo. Os preços variam de 30 a 185 reais, a depender das necessidades do consumidor — há opções de limpeza simples, como a lavagem externa do carro, e processos mais complexos, como a hidratação de bancos de couro e a higienização do ar condicionado. 

Diferente de outros aplicativos com parceiros autônomos, a startup não cobra uma taxa por veículo limpo. Cada prestador de serviço recebe o valor integral pago pelo cliente, mas precisa pagar uma taxa fixa semanal para a plataforma. Os valores cobrados variam conforme a cidade, mas são de 120 reais em Brasília e de 100 reais em Uberlândia, por exemplo. “O objetivo é estimular os parceiros a pegar mais serviços por semana”, diz Ricardo. 

Para garantir a qualidade do serviço, a startup faz um treinamento presencial e online com todos os prestadores cadastrados no aplicativo. Além disso, a companhia indica quais os produtos que precisam ser comprados para a limpeza correta dos veículos. Segundo o fundador, o kit completo cabe em uma mochila, para facilitar o deslocamento do parceiro pela cidade. 

Hoje, são mais de 5.000 parceiros homologados no país e 75.000 clientes cadastrados. O tíquete médio do serviço é de 67 reais e a plataforma afirma que os prestadores de serviço conseguem uma renda de até 6.000 reais por mês. Além dos parceiros, há 30 funcionários próprios na sede em Brasília. 

Planos e desafios

A pandemia do novo coronavírus desacelerou os planos de expansão da Lavô para 2020, mas tem ajudado no crescimento do negócio. Por um lado, os consumidores estão mais preocupados com a higienização correta da parte interna do carro. Os parceiros, na outra ponta, também querem realizar mais serviços. Segundo Ricardo, muitos perderam emprego e precisam de renda extra. Outros trabalham como motoristas de serviço de transporte por aplicativo e viram uma redução na demanda. A lavagem de carros, então, é uma alternativa.

O principal desafio do negócio hoje é comunicação com os clientes. Os fundadores afirmam que o brasileiro ainda não é habituado com lavagem a seco de veículos e teme que o procedimento vá arranhar o carro. “A partir do momento em que a pessoa tem a primeira experiência, esse tabu é quebrado”, diz Ricardo. Para fidelizar os consumidores, o aplicativo permite que eles salvem os parceiros favoritos na plataforma, para que possam solicitar a limpeza das próximas vezes com o mesmo profissional. 

Ainda este ano, a startup pretende chegar a mais seis ou oito cidades brasileiras, como as capitais Salvador, Fortaleza, Recife, Natal e João Pessoa. Se o negócio continuar crescendo no mesmo ritmo, em 2021 a expansão seguirá para cidades das regiões metropolitanas e para o interior dos estados. Outra meta dos fundadores é abrir, no início do ano que vem, sua primeira operação internacional em Portugal. 

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