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Startup ajuda a conseguir crédito barato na internet em 24 horas

A FinanZero permite que usuário compare as condições de crédito de 23 instituições sem sair de casa. Entenda como funciona:

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 10h35.

São Paulo – Conseguir crédito no banco é algo que envolve burocracia, tempo, e muitas vezes você sai da agência com uma proposta pior do que gostaria. Mas, e se você pudesse comparar as condições e taxas de várias instituições financeiras pela internet e conseguir o dinheiro sem sair de casa?

Essa é a proposta da FinanZero. A startup reúne em uma plataforma 23 instituições financeiras. O usuário em busca de empréstimo faz um cadastro e pode comparar as condições de todas elas ao mesmo tempo, sem sair de casa.

Há a opção de crédito sem garantia (na qual as taxas de juros podem variar de 2,6% até 15% ao mês), crédito com veículo como garantia e crédito com imóvel como garantia (no qual a taxa de juros pode chegar a 1,39%).

“Nosso objetivo é reduzir o preço do crédito no Brasil. Acreditamos que, ao tornarmos possível a comparação de forma transparente, o consumidor vai se educando, vai aprendendo que ele pode negociar com o banco, que pode buscar alternativas com taxas menores”, afirma o CEO do negócio, o sueco Olle Wíden.

Fundada no Brasil em meados de 2016, a fintech tem um pé na Suécia: quatro de seus seis sócios são suecos e inspiração para o negócio também veio do país escandinavo, onde uma empresa chamada Lendo oferece serviço semelhante (três dos fundadores da FinanZero atuaram na direção da Lendo).

Olle Widen, CEO da FinanZero

Olle Widen, CEO da FinanZero (Foto/Divulgação)

Grandes bancos

Por enquanto, dentre as instituições parceiras da FinanZero, não estão todos os grandes bancos brasileiros. Segundo Cadu Guidi, um dos sócios do negócio, isso se deve à posição confortável que eles ainda possuem no setor. “As instituições que são nossas parceiras já estão mais abertas a serem comparadas pelo consumidor. Já os bancos que têm uma fatia maior do mercado têm menos propensão a se abrir”, afirma.

Porém, experiência dos sócios na Suécia mostra que a adesão de grandes instituições financeiras é uma questão de tempo. “Pelo que vimos acontecer lá, a tendência é os grandes bancos também entrarem. Vemos que os bancos de uma maneira geral estão entrando aos poucos nesse universo das fintechs”, completa.

Até agora, cerca de 500 mil pessoas já buscaram crédito através da plataforma – dessas, 2 mil efetivamente conseguiram o empréstimo. Desde sua fundação, a empresa já intermediou o empréstimo de 20 milhões de reais. A startup não revela seus números de faturamento, mas diz que espera crescer 300% em 2018.

Os sócios da fintech esclarecem que a FinanZero não empresta dinheiro diretamente, apenas reúne as propostas das instituições financeiras e facilita o processo burocrático. Para os empréstimos feitos sem garantia, o dinheiro pode sair em até 24 horas, com todo o trâmite feito de forma virtual. Nos casos de empréstimo com garantia, o prazo é um pouco maior.

Todo o serviço é gratuito para o usuário e a empresa recebe uma porcentagem dos bancos por indicação de cliente sempre que um negócio é fechado.

Desde a sua fundação, a empresa já recebeu 2,5 milhões de dólares em aporte, sendo que parte do dinheiro veio dos fundos de investimentos suecos Webrock Ventures e Vostok Emerging Finance.

Agora, a FinanZero está em busca de mais investimento, da ordem de 3 milhões de dólares. O objetivo é investir em tecnologia, para melhorar a usabilidade do serviço, e também em mídia, para tornar o produto conhecido.

“Nosso desafio é mudar o hábito das pessoas na hora de pedir um empréstimo. É um movimento semelhante ao que aconteceu no turismo, hoje já um hábito usar comparadores de preços de passagens pela internet”, explica o CEO Olle Wíden. “Queremos ser o principal serviço de comparação de crédito do Brasil”, atesta.

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