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Novo unicórnio: Facily cresce com itens de supermercado abaixo do preço

Com nova captação, a Facily alcança a marca de US$ 1 bilhão de dólares de valoração, o que a posiciona como o mais novo unicórnio brasileiro

Facily é o novo unicórnio brasileiro (Facily/Divulgação)

Facily é o novo unicórnio brasileiro (Facily/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 11h11.

Última atualização em 29 de dezembro de 2021 às 10h48.

A plataforma de social commerce Facily acaba de receber US$ 135 milhões em investimentos em Série D-1, como uma extensão da rodada da Série D, de US$ 250 milhões anunciada em novembro deste ano. Com a captação, a empresa alcança a marca de US$ 1 bilhão de dólares de valoração, o que a posiciona como o mais novo unicórnio brasileiro.

A rodada foi liderada pela Goodwater e Prosus, com a participação da Rise Capital, Emerging Variant, Tru Arrow e outros fundos.

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A startup, fundada em 2018, tem como objetivo promover compras em grupo e conectar os consumidores aos melhores preços e produtos de multicategorias.

O foco da companhia está em oferecer itens para a população mais pobre, com frete grátis e pagamento facilitado, podendo usar, por exemplo, o PIX ao invés do cartão de crédito.

O modelo da startup foi inspirado em companhias chinesas após uma viagem de Diego Dzodan, quando ele atuava como vice-presidente do Facebook para a América Latina. Como fundadores, estão também Luciano Freitas e Vitor Zaninotto.

“O e-commerce brasileiro está focado no topo da pirâmide de consumo, de quem paga os maiores preços, com frete e determinadas formas de pagamento. Na China o modelo funcionou muito bem e aqui, um país cheio de oportunidades, estamos provando que podemos fazer o mesmo”, diz Dzodan.

A Facily teve um crescimento exponencial no último ano, sendo classificada como o aplicativo de comércio eletrônico de alimentos mundial com maior expansão de todos os tempos e uma das plataformas com ampliação mais rápida da história no Brasil, de acordo com a App Annie.

Por que é mais barato

O sistema da Facily funciona como uma compra coletiva, na qual os usuários compram conjuntamente para que os preços fiquem atrativos. Além disso, o frete é isento porque o produto vai para um dos 12 mil pontos de entrega nas nove cidades da operação. Assim, o cliente final precisa buscar a compra ao invés de receber em casa. “Entendemos que ele não se importa com o deslocamento desde que o frete seja grátis”, diz Dzodan.

Segundo o executivo, o modelo faz sentido quando também retira alguns intermediários do processo. Para produtos frescos, por exemplo, o contato da Facily é direto com o produtor. Há ainda a escolha de marcas menos conhecidas para que a negociação seja direta.

A Facily também não costuma investir em marketing, um dos principais custos dos e-commerces brasileiros. A estratégia é fazer com que os próprios clientes conversem sobre os descontos da plataforma, de modo a ter mais usuários e preços competitivos.

O aporte

O aporte vai reforçar os investimentos já realizados em logística e experiência do cliente, além de sustentar os planos da empresa de expansão, que atualmente está com cerca de 800 funcionários.

Atualmente, a Facily vem recebendo reclamações dos clientes por entregas atrasadas ou mesmo com pedidos errados, chegando a ser alvo do Procon pelo aumento de reclamações de 21 em janeiro para 59.539 em outubro.

"Em outubro entregamos 7,1 milhões de pedidos, isto é um crescimento de 46 vezes nesse período. O investimento nos ajudará a crescer de modo sustentável, ampliando a logística e atendimento ao cliente", diz Dzodan.

De acordo com Dzodan, a Facily ainda está nos estágios iniciais de abordar a vasta oportunidade de mercado no Brasil. Cerca 85% da população brasileira gasta em média 65% da renda familiar com alimentação e, até o momento, foi praticamente excluída do comércio eletrônico tradicional. “A Facily permite que muito mais consumidores participem do comércio eletrônico - a maioria dos que nunca fizeram compras online antes porque os custos eram proibitivos".

Segundo o executivo, o investimento será aplicado da seguinte forma:

  • Logística: aprimoramento da tecnologia própria para melhorar as entregas, contratação de parceiros, entregadores e funcionários que separam os pedidos ou os levam até o ponto de entrega/retirada.
  • Atendimento: serão desenvolvidas mais facilidades para o autoatendimento, liberando a equipe para chamadas mais complexas, além do aprimoramento da equipe que responde via chat. Os investimentos previstos no atendimento serão divididos em montantes iguais nas duas frentes.

“A nossa missão está focada em fornecer aos clientes produtos de alta qualidade com os preços mais baixos, alavancando a compra em grupo e de uma maneira muito eficiente. O apoio dos principais investidores na América Latina nos permitiu crescer exponencialmente em um curto período de tempo e o compromisso contínuo com nossa estratégia valida o potencial de negócios pela frente”, afirma Dzodan.

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