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A Geofusion indica o lugar certo para as lojas

A paulistana Geofusion analisa o perfil dos consumidores para ajudar empresas a escolher o melhor lugar para abrir uma nova loja

Pedro Figoli, da Geofusion (Julia Rodrigues / EXAME PME)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 06h00.

São Paulo - No bom sentido da expressão, o empreendedor paulistano Pedro Figoli, de 43 anos, é um tipo de bisbilhoteiro profissional. Sua especialidade é fuçar bases de dados e estatísticas de órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , o Ministério da Educação e o Banco Central em busca de informações que possam ajudá-lo a determinar o perfil de consumidores que moram em determinados bairros e regiões das cidades.

Figoli é o fundador da Geofusion, empresa paulistana que faz estudos e projetos de implantação de novos pontos de venda para empresas . “Somos especialistas em geomarketing, termo usado para definir os estudos de inteligência de mercado com foco geográfico”, afirma Figoli.

No ano passado, a Geofusion fa­­turou 4,7 milhões de reais, 60% mais do que em 2011. Entre os clientes há desde redes de franquias , como McDonald’s e Starbucks, até varejistas como Casas Bahia e Magazine Luiza. “Essas em­presas contratam a Geofusion para planejar melhor sua entrada em novas re­giões e saber onde abrir lojas”, diz Figoli.

“Com nossas bases de dados, é possível avaliar tanto as características macrorregionais quanto os detalhes específicos, co­­mo o perfil de consumo de quem mora em determinado quarteirão de uma grande cidade.”

O interesse pelos serviços da Geofusion aumentou desde que a tecnologia da computação em nuvem permitiu a Figoli desenvolver uma pesquisa mais compacta. “Não é mais preciso comprar o sistema todo para ter acesso apenas a dados específicos”, diz ele. Hoje, os clientes podem, por exemplo, comprar módulos só com as informações que lhes interessam — isso tornou o serviço mais acessível a clientes que antes não podiam pagar pela tecnologia.

“No fim dos anos 90, quando começamos, os clientes eram bancos e multinacionais”, diz Figoli. As vendas para as grandes em­presas continuam respondendo por 70% das receitas, mas pouco a pouco a Geofusion tem atraído clientes menores. “Atender pequenas e médias empresas é um bom caminho para a expansão dos negócios”, afirma.


A ideia de oferecer os serviços da Geofusion a clientes menores foi testada pela primeira vez em 2009, quando Figoli firmou uma parceria com a Associação Brasileira de Franquias. O objetivo era fazer uma demonstração do serviço aos mais de 800 associados da entidade. “Foi um sucesso”, diz Figoli. “Fe­chamos 40 contratos com redes de franquia já na primeira semana da campanha.”

Recentemente, a Geofusion recebeu um investimento do fundo americano Intel Capital. Os recur­sos se somam ao aporte feito pelo fundo brasileiro Criatec em 2009 e devem ajudar a financiar o trabalho de prospecção de novos clien­tes. “Fomos os es­co­lhi­dos por­que os in­ves­ti­do­res acham que a tecnologia pode ser vendida para empresas de vários tamanhos”, afirma Figoli.

Para discutir as estratégias futuras da Geofusion, Exame PME ouviu Bruno Guedes, sócio da pau­lista OneMídia, que vende publici­dade em caixas de pizza para clientes que querem atingir consumidores de perfis específicos. Opinaram também o consultor Ricardo Pastore, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo, e o empreendedor Jacques Grinberg Costa, sócio da paulista Easycomp, rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes voltados para a clas­se C. Veja o que eles disseram.

Ensinar a cortar custos

Bruno Guedes,  Onemídia (São Paulo, SP) - Agência de marketing

Faturamento: 2 milhões de reais (em 2012, segundo empresa)

• Perspectivas: Uma das formas que as empresas encontram para se diferenciar da concorrência é tornar seus produtos e serviços cada vez mais segmentados de acordo com o padrão de consumo do público que se pretende atingir. Com sua tecnologia, a Geofusion ajuda a encontrar onde circulam consumidores de diferentes perfis — o que pode ajudar bastante uma empresa a atingir seus objetivos.

• Oportunidades: Geralmente, as empresas que fazem estudos para definir onde instalar um ponto de venda cobram caro pelo serviço. A Geofusion pode atender uma enorme demanda reprimida no mercado caso seja capaz de manter seus serviços a um custo relativamente baixo para os clientes.


• O que fazer: Para conquistar clientes entre os donos de pequenas e médias empresas, Figoli deve elaborar um roteiro detalhado para mostrar como a plataforma da Geofusion é capaz de economizar recursos de quem está desenhando sua estratégia de marketing. O ideal é que ele crie uma maneira de acompanhar seus clientes durante a execução de seus projetos. Ele poderá oferecer serviços diferentes na medida em que os clientes avançarem.

Conquistar o varejo

Ricardo Pastore, ESPM (São Paulo, SP) - Faculdade de comunicação e marketing

• Perspectivas: Essa é uma boa hora para que a Geofusion aumente ao máximo sua carteira de clientes. Há poucos concorrentes no mercado oferecendo um serviço capaz de identificar tão profundamente os perfis de consumo. Mas, como o próprio Figoli percebeu, a tecnologia que permite a expansão da Geofusion está se popularizando — e logo podem surgir outras empresas que fazem algo similar ao que a companhia está oferecendo agora.

• Oportunidades: Vejo claramente que o serviço da Geofusion pode interessar bastante a empresas de varejo. Os custos para abrir novas lojas em grandes cidades brasileiras está crescendo demais. Os aluguéis sobem ano a ano. A logística e a mão de obra também custam caro.

Não dá para arriscar se instalar em pontos de venda que não gerem o retorno necessário para cobrir todos esses custos e dar lucro para a empresa. Por isso, ferramentas como a da Geofusion, que atribuem mais assertividade à escolha dos pontos de venda, têm muito a crescer.


• O que fazer: Concentrar a prospecção de clientes entre empresas de varejo. Figoli pode estudar até uma maneira de oferecer certos serviços gratuitamente por um tempo. Depois que houver casos bem- sucedidos nesse setor, a Geofusion pode começar a procurar mais clientes no setor de serviços.

Procurar mais redes de franquia

Jacques Grinberg, Easycomp (São Paulo, SP) - Rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes

Faturamento: 59 milhões de reais (em 2010, segundo empresa)

• Perspectivas: Desde que o Brasil começou a perceber a emergência da nova classe média, muito se fala sobre o perfil do consumidor popular. Algumas pessoas se enganam ao pensar que, entre as classes C e D, não há grandes diferenças de consumo.

Há, sim — e são muitas. Esse novo consumidor é diverso e plural. Empresas capazes de entender seus hábitos de consumo saem na frente na disputa pela preferência.

• Oportunidades: O setor de franquias tem sentido não só a avidez da classe C em consumir mas também a intenção que esse público tem de empreender.

Muitas pessoas juntam as economias de uma vida para poder comprar uma franquia e ter o primeiro negócio próprio. Porém, os franqueadores dificilmente sabem lidar com seus anseios. Acredito que a Geofusion pode ajudá-los a explorar melhor esse potencial.

• O que fazer: Ajudar as redes de franquia a planejar sua expansão em regiões em que a renda cresce mais rapidamente.

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São Paulo - No bom sentido da expressão, o empreendedor paulistano Pedro Figoli, de 43 anos, é um tipo de bisbilhoteiro profissional. Sua especialidade é fuçar bases de dados e estatísticas de órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , o Ministério da Educação e o Banco Central em busca de informações que possam ajudá-lo a determinar o perfil de consumidores que moram em determinados bairros e regiões das cidades.

Figoli é o fundador da Geofusion, empresa paulistana que faz estudos e projetos de implantação de novos pontos de venda para empresas . “Somos especialistas em geomarketing, termo usado para definir os estudos de inteligência de mercado com foco geográfico”, afirma Figoli.

No ano passado, a Geofusion fa­­turou 4,7 milhões de reais, 60% mais do que em 2011. Entre os clientes há desde redes de franquias , como McDonald’s e Starbucks, até varejistas como Casas Bahia e Magazine Luiza. “Essas em­presas contratam a Geofusion para planejar melhor sua entrada em novas re­giões e saber onde abrir lojas”, diz Figoli.

“Com nossas bases de dados, é possível avaliar tanto as características macrorregionais quanto os detalhes específicos, co­­mo o perfil de consumo de quem mora em determinado quarteirão de uma grande cidade.”

O interesse pelos serviços da Geofusion aumentou desde que a tecnologia da computação em nuvem permitiu a Figoli desenvolver uma pesquisa mais compacta. “Não é mais preciso comprar o sistema todo para ter acesso apenas a dados específicos”, diz ele. Hoje, os clientes podem, por exemplo, comprar módulos só com as informações que lhes interessam — isso tornou o serviço mais acessível a clientes que antes não podiam pagar pela tecnologia.

“No fim dos anos 90, quando começamos, os clientes eram bancos e multinacionais”, diz Figoli. As vendas para as grandes em­presas continuam respondendo por 70% das receitas, mas pouco a pouco a Geofusion tem atraído clientes menores. “Atender pequenas e médias empresas é um bom caminho para a expansão dos negócios”, afirma.


A ideia de oferecer os serviços da Geofusion a clientes menores foi testada pela primeira vez em 2009, quando Figoli firmou uma parceria com a Associação Brasileira de Franquias. O objetivo era fazer uma demonstração do serviço aos mais de 800 associados da entidade. “Foi um sucesso”, diz Figoli. “Fe­chamos 40 contratos com redes de franquia já na primeira semana da campanha.”

Recentemente, a Geofusion recebeu um investimento do fundo americano Intel Capital. Os recur­sos se somam ao aporte feito pelo fundo brasileiro Criatec em 2009 e devem ajudar a financiar o trabalho de prospecção de novos clien­tes. “Fomos os es­co­lhi­dos por­que os in­ves­ti­do­res acham que a tecnologia pode ser vendida para empresas de vários tamanhos”, afirma Figoli.

Para discutir as estratégias futuras da Geofusion, Exame PME ouviu Bruno Guedes, sócio da pau­lista OneMídia, que vende publici­dade em caixas de pizza para clientes que querem atingir consumidores de perfis específicos. Opinaram também o consultor Ricardo Pastore, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo, e o empreendedor Jacques Grinberg Costa, sócio da paulista Easycomp, rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes voltados para a clas­se C. Veja o que eles disseram.

Ensinar a cortar custos

Bruno Guedes,  Onemídia (São Paulo, SP) - Agência de marketing

Faturamento: 2 milhões de reais (em 2012, segundo empresa)

• Perspectivas: Uma das formas que as empresas encontram para se diferenciar da concorrência é tornar seus produtos e serviços cada vez mais segmentados de acordo com o padrão de consumo do público que se pretende atingir. Com sua tecnologia, a Geofusion ajuda a encontrar onde circulam consumidores de diferentes perfis — o que pode ajudar bastante uma empresa a atingir seus objetivos.

• Oportunidades: Geralmente, as empresas que fazem estudos para definir onde instalar um ponto de venda cobram caro pelo serviço. A Geofusion pode atender uma enorme demanda reprimida no mercado caso seja capaz de manter seus serviços a um custo relativamente baixo para os clientes.


• O que fazer: Para conquistar clientes entre os donos de pequenas e médias empresas, Figoli deve elaborar um roteiro detalhado para mostrar como a plataforma da Geofusion é capaz de economizar recursos de quem está desenhando sua estratégia de marketing. O ideal é que ele crie uma maneira de acompanhar seus clientes durante a execução de seus projetos. Ele poderá oferecer serviços diferentes na medida em que os clientes avançarem.

Conquistar o varejo

Ricardo Pastore, ESPM (São Paulo, SP) - Faculdade de comunicação e marketing

• Perspectivas: Essa é uma boa hora para que a Geofusion aumente ao máximo sua carteira de clientes. Há poucos concorrentes no mercado oferecendo um serviço capaz de identificar tão profundamente os perfis de consumo. Mas, como o próprio Figoli percebeu, a tecnologia que permite a expansão da Geofusion está se popularizando — e logo podem surgir outras empresas que fazem algo similar ao que a companhia está oferecendo agora.

• Oportunidades: Vejo claramente que o serviço da Geofusion pode interessar bastante a empresas de varejo. Os custos para abrir novas lojas em grandes cidades brasileiras está crescendo demais. Os aluguéis sobem ano a ano. A logística e a mão de obra também custam caro.

Não dá para arriscar se instalar em pontos de venda que não gerem o retorno necessário para cobrir todos esses custos e dar lucro para a empresa. Por isso, ferramentas como a da Geofusion, que atribuem mais assertividade à escolha dos pontos de venda, têm muito a crescer.


• O que fazer: Concentrar a prospecção de clientes entre empresas de varejo. Figoli pode estudar até uma maneira de oferecer certos serviços gratuitamente por um tempo. Depois que houver casos bem- sucedidos nesse setor, a Geofusion pode começar a procurar mais clientes no setor de serviços.

Procurar mais redes de franquia

Jacques Grinberg, Easycomp (São Paulo, SP) - Rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes

Faturamento: 59 milhões de reais (em 2010, segundo empresa)

• Perspectivas: Desde que o Brasil começou a perceber a emergência da nova classe média, muito se fala sobre o perfil do consumidor popular. Algumas pessoas se enganam ao pensar que, entre as classes C e D, não há grandes diferenças de consumo.

Há, sim — e são muitas. Esse novo consumidor é diverso e plural. Empresas capazes de entender seus hábitos de consumo saem na frente na disputa pela preferência.

• Oportunidades: O setor de franquias tem sentido não só a avidez da classe C em consumir mas também a intenção que esse público tem de empreender.

Muitas pessoas juntam as economias de uma vida para poder comprar uma franquia e ter o primeiro negócio próprio. Porém, os franqueadores dificilmente sabem lidar com seus anseios. Acredito que a Geofusion pode ajudá-los a explorar melhor esse potencial.

• O que fazer: Ajudar as redes de franquia a planejar sua expansão em regiões em que a renda cresce mais rapidamente.

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