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Fintech de investimentos Magnetis recebe aporte de R$ 60 milhões

Com o investimento, liderado pelo fundo Repoint eventures, a empresa lança sua própria corretora

Luciano tavares, fundador da Magnetis: a empresa já montou cerca de 350.000 planos de investimentos e tem mais de 430 milhões de reais sob gestão (Magnetis/Divulgação)

Luciano tavares, fundador da Magnetis: a empresa já montou cerca de 350.000 planos de investimentos e tem mais de 430 milhões de reais sob gestão (Magnetis/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 29 de julho de 2020 às 14h41.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h20.

A fintech Magnetis anuncia nesta quarta-feira, 29, ter recebido 60 milhões de reais na sua rodada de investimento série B, liderada pelo fundo Repoint eventures (Creditas, Gympass) e com participação da Vostok Emerging Finance. Criada em 2015, a gestora ficou conhecida por montar carteiras de investimento administradas por robôs. 

A rodada acontece em um momento em que, com a queda da taxa fixa de juros, muitos brasileiros migram da renda fixa para novas modalidades de investimento. “O grande diferencial da Magnetis é montar um plano de investimento personalizado, com ativos de primeira linha e alavancando o uso da tecnologia. Estamos muito felizes e animados com essa nova fase da parceria”, diz Anderson Thees, fundador e sócio diretor da Redpoint eventures.

Com o novo cheque, a fintech irá investir na melhoria da experiência do cliente dentro da plataforma, para que mesmo aqueles menos acostumados com o mundo das finanças consigam acompanhar seus rendimentos. A meta é acelerar o crescimento e atingir 1 bilhão de reais de ativos sob gestão no próximo ano. Até hoje, a empresa já montou cerca de 350.000 planos de investimentos e tem mais de 430 milhões de reais sob gestão. 

A Magnetis também trabalha para colocar sua própria corretora de investimentos em operação. “Nossa proposta é ser um guia financeiro para os nossos clientes, descomplicando a experiência de investir. A integração com a corretora vem para tornar a jornada do cliente mais simples, integrada e completa", afirma Luciano Tavares, presidente e fundador da startup. Atualmente, a gestora tem uma parceria com a corretora Easynvest, que será mantida.

As startups de investimento têm atraído fundos de venture capital. A fintech Warren, que opera em modelo parecido com o da Magnetis, também recebeu um aporte na crise. No começo de julho, a empresa anunciou ter recebido 120 milhões de reais em sua rodada de série B, liderada pelo fundo americano QED Investors (Nubank, Loft). 

Trajetória da companhia

Criada em 2015, a Magnetis monta carteiras administradas por robôs de investimento (robo advisors). Antes da rodada atual, a fintech havia recebido um investimento de 3 milhões de reais em junho de 2015 dos fundos Monashees Capital e Redpoint eventures. Depois, em abril de 2018, fez sua série A, levantando 17 milhões de reais com os fundos de venture capital Vostok Emerging Finance e Monashees

O serviço da empresa foi pensado para ser simples para o investidor. O primeiro passo para é responder algumas perguntas que ajudam a traçar o perfil de risco e o objetivo financeiro do cliente – pagar um carro, acumular patrimônio ou guardar dinheiro para a aposentadoria, por exemplo. Munidos de tais informações, os robôs da startup começam a operar e o algoritmo sugere os investimentos mais adequados. O usuário terá uma carteira adaptada a cinco níveis de risco. 

Com base no valor investido, os clientes pagam uma taxa média de 0,6% ao ano para a gestora. A empresa vê o modelo como vantagem frente a outros bancos e corretoras, já que não ganha comissões ao indicar um produto financeiro específico.

Em outubro do ano passado, a fintech anunciou sua entrada no mercado de previdência privada com a MagPrev, após pedidos dos próprios clientes, segundo o fundador Luciano Tavares. “Muitos mencionam aposentadoria e renda passiva como objetivos ao investir. Então, desenhamos um produto financeiro de previdência privada que atendesse tais desejos”, diz o presidente.

Este ano, durante a pandemia, a companhia lançou outro produto: a carteira de proteção. Além dos ativos tradicionais, uma parcela dos investimentos vai para uma carteira em seguros, com proteções contra quedas do mercado. “Criamos há dois meses, então não tivemos como proteger da queda que já tinha acontecido no começo da pandemia, mas daqui para frente, caso haja uma movimentação mais aguda no mercado, conseguiremos”, diz Tavares.

Para o futuro, a empresa está de olho em um fundo de renda fixa simples, para servir de reserva de emergência para alguns investidores, e em um de debêntures incentivados. “Foi um ativo castigado nos últimos meses, pode ter retorno interessante no pós-crise”, diz o presidente da Magnetis. 

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