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Epitychia, de Janguiê Diniz, compra 30% da startup 4.events

Bilionário fundador da Ser Educacional aposta na retomada do setor de eventos corporativos e vê sinergias entre a startup e outros negócios do family office que comanda

Janguiê Diniz, fundador da Ser Educacional e do family office Epitychia, sobre a retomada do setor de eventos: "Quem fizer primeiro a migração para ferramentas digitais, como a da 4.events, vai sair na frente" (Divulgação/Divulgação)

Janguiê Diniz, fundador da Ser Educacional e do family office Epitychia, sobre a retomada do setor de eventos: "Quem fizer primeiro a migração para ferramentas digitais, como a da 4.events, vai sair na frente" (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 23 de junho de 2021 às 14h42.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 14h58.

Fundador da Ser Educacional, uma das maiores redes de ensino do país, Janguiê Diniz entrou para o mercado de eventos corporativos. O empresário comprou 30% da 4.events, startup de Indaiatuba, no interior paulista, dedicada a tecnologias para reunir pessoas na internet de uma forma segura.

A promessa da 4.events é fazer encontros online sem os percalços de conexão, como sinal falho, voz inaudível e a cacofonia de vozes falando ao mesmo tempo, comuns a ferramentas que bombaram na pandemia, como o Zoom e o Teams.

A 4.events é uma conhecida de longa data de Janguiê. Antes mesmo da pandemia, a ferramenta já era adotada nos treinamentos de profissionais envolvidos na gestão das escolas da Ser.

As últimas edições Êxito Summit, um encontro online de empreendedores patrocinado pelo Instituto Êxito, negócio de Janguiê para levar adiante a bandeira da melhoria do ambiente de negócios no país, também tiveram a tecnologia da 4.events.

O que chamou a atenção de Janguiê na startup foi o jeitão "multitarefa" da ferramenta. "Em vez de apenas transmitir o conteúdo, o sistema permite criar uma feira digital, e é possível ao participante entrar em estandes virtuais", diz o empresário, que aposta na retomada do setor de eventos. "Quem fizer primeiro a migração para ferramentas digitais, como a da 4.events, vai sair na frente."

A 4.events foi criada em 2014 pelo então estudante de ciências da computação Vitor Pereira, de 30 anos. A história de Pereira é típica de quem virou empreendedor para resolver uma dor no próprio calo.

Ao organizar eventos acadêmicos com colegas da Universidade de São Paulo, Pereira encarou os perrengues de levar adiante um processo com várias etapas — desde a programação, a confecção e envio de convites, emissão de certificados e por aí vai.

De lá para cá, os eventos acadêmicos saíram do papel e o know-how de Pereira acabou virando um negócio com 20 funcionários, clientes em Portugal, Angola e África do Sul e faturamento anual "entre 1 e 5 milhões de reais", segundo o fundador.

Como muitos palestrantes já davam o ar da graça nos eventos da 4.events de maneira virtual antes mesmo de a pandemia obrigar todo mundo a ficar em casa, o solavanco da crise sanitária pegou a startup preparada aos novos tempos.

Entre os clientes da 4.events estão agências de marketing dedicadas a eventos corporativos, além de empresas com funcionários espalhados em muitos locais, como a rede D'Or de hospitais e o Sebrae, entidade dedicada ao empreendedorismo.

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Vitor Pereira, fundador da 4.events: tecnologia multitarefa para eventos corporativos (Divulgação/Divulgação)

O valor da transação não foi divulgado. O sócio-fundador da 4.events pretende usar a quantia para contratar pessoal e ampliar a força de vendas em outros mercados fora do Brasil.

O aporte de agora, em troca de 30% do capital da 4.events, pode ser acompanhado de outros 30% no futuro. A partir de agora Janguiê vai fazer parte do conselho da startup. A ideia é ser "smart money", colaborando com o networking dele na prospecção de negócios.

“Vejo na 4.events um grande potencial de crescimento, principalmente a partir da retomada dos eventos presenciais, assim que possível", diz.

Além disso, Janguiê vê potencial de sinergias da 4.events com outros negócios investidos pela Epitychia, family office aberto pelo empresário em 2018 após deixar o dia a dia da operação da Ser com o irmão Jânyo.

Desde então, a Epitychia fez vários investimentos em private equity e startups, boa parte delas ligada ao ecossistema de educação e de infraestrutura, como a Pitang IT, Bossa Nova Investimentos, Edulabzz, Goowit, Be Academy, Live Arena, Escola Conecta, Abi-Hub, Defender, Kiduca e Great Pages.

A Epitychia é tocada por Janguiê e o filho Thales Janguiê.

Janguiê Diniz é fundador da Ser Educacional, uma das principais redes de educação do país ao apostar em faculdades e escolas básicas em cidades das regiões Norte e Nordeste do país, até então pouco ou nada servidas pelas redes de ensino privado.

O empresário se orgulha de ter feito de tudo um pouco na vida — até engraxate, como costuma contar em palestras e na autobiografia Transformando Sonhos em Realidade.

Na educação, começou o negócio da Ser do zero, a partir de aulas pré-vestibulares nas horas vagas do ofício no Ministério Público do Trabalho em Recife, em meados dos anos 1990. Hoje, tem uma fortuna avaliada acima de 1,2 bilhão de reais.

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