Exame Logo

Ensinando matemática a distância, esta startup cresce 500% na pandemia

A Matific, criada em 2012 em Israel, é dona de uma plataforma que usa jogos na educação e já levantou 57 milhões de dólares

Plataforma da Matific será usada para ensinar matemática à distância em meio à pandemia de coronavírus (Matific/Divulgação)
CI

Carolina Ingizza

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 08h00.

Última atualização em 8 de agosto de 2020 às 09h57.

Não há melhor momento para plataformas de ensino remoto que agora. Enquanto as escolas, famílias e alunos estão reaprendendo a rotina de educação , algumas empresas de tecnologia se beneficiam do momento em que a sala de aula presencial não é mais uma opção. Uma delas é a startup Matific, que possui uma plataforma que usa jogos para ensinar matemática para crianças.

Criada em Israel em 2012, a empresa levantou um total de 57 milhões de dólares de investimentos. Em 2014, a startup chegou ao Brasil. Em fevereiro deste ano, seis anos depois de sua entrada no mercado brasileiro, a empresa já havia conquistado 600 escolas clientes. Com a pandemia, o ritmo de crescimento acelerou. Em março, já eram mais de 1.000. No final de junho, mais de 6.000 colégios estavam usando os jogos da Matific para ensinar.

Veja também

Ensino com jogos?

O método desenvolvido pela Matific estimula que a criança aprenda matemática por meio de jogos e desafios que simulam situações da vida real. “Temos um software que permite que essas crianças aprendam de forma mais lúdica, colocando a mão na massa no ambiente dos jogos. Engajamos os alunos em situações do cotidiano, para trabalhar a resolução de problemas da vida real”, afirma Szyller.

A plataforma foi estruturada para crianças de 4 a 12 anos de idade. O objetivo de cada jogo é tornar o tema matemático abstrato em algo concreto para os alunos. Em alguns dos exercícios, a criança aprende fração colocando recheios na pizza, por exemplo. “Em vez da repetição e memorização, trabalhamos habilidades de resolução de problemas”, diz o presidente.

Em relação à sala de aula tradicional, a vantagem, segundo a empresa, é poder personificar o ensino. Enquanto no modelo presencial todos os alunos precisam avançar no mesmo ritmo ao longo do ano, nas plataformas cada estudante consegue progredir no seu próprio ritmo.

Novos clientes na pandemia

De acordo com Dennis Szyller, presidente da Matific no Brasil, esse crescimento de 500% no número de clientes durante os meses de pandemia se deve, em parte, às ações da empresa para colaborar com a sociedade durante a crise. Em abril, a empresa se tornou parceira do governo de São Paulo em um programa para os alunos da rede pública. No total, foram 1,5 milhão de licenças doadas.

Iniciativas como essa ampliaram perfil de escolas na base da startup. Há desde colégios públicos, como a Escola Estadual Henrique Dumont Villares, do Jaguaré, em São Paulo, a colégios particulares de elite, como o paulistano Avenues.

 

O desafio, segundo Szyller, é trabalhar com essa desigualdade. Estudantes de famílias de um nível socioeconômico menor têm menos acesso a equipamentos de qualidade e, muitas vezes, não conseguem um espaço adequado para estudar.“A gente chega até as escolas e os professores, mas a casa do aluno tem esse desafio adicional”, diz o empreendedor.

Mesmo com barreiras, 2020 é um ano de sucesso para a operação da companhia. A projeção da Matific é que o faturamento cresça 340% este ano e siga nesse patamar em 2021, quando a meta é aumentar a receita em 400%.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEducaçãoStartups

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de PME

Mais na Exame