(Goar/Facebook/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 8 de julho de 2018 às 08h00.
Última atualização em 8 de julho de 2018 às 08h00.
São Paulo - Uma grande ideia pode demorar um tempo para chegar. Para Eddy Lu, esse processo levou dez anos.
Ele tentou investir em diferentes frentes, de sobremesas a aplicativos baratos e equipamento de golfe, mas todas as suas ideias falharam. Até que ele fundou o GOAT (sigla para Greatest of All Times, maior de todos os tempos), um marketplace de sneakers colecionáveis e de luxo.
A loja online foi aberta depois que seu sócio Daishin Sugano, teve uma experiência ruim depois de comprar tênis falsificados.
Foi em 2015, poucos meses depois do lançamento durante as vendas da Black Friday, que chegou sua grande chance: os acessos ao seu site explodiram, conta ele ao Business Insider.
O número de usuários cresceu para centenas de milhares em um instante e havia influenciadores do meio falando sobre a marca. No entanto, não havia produtos o suficiente para atender a todos. Foram recebidos milhares de pedidos e não era possível despachar todos e os servidores caíram com os acessos.
Inicialmente, a situação parecia desesperadora e o empreendedor chegou a se sentir mal. "Foi uma experiência traumática, porque desapontamos milhares de pessoas", afirma.
Para resolver a situação crítica, ele apostou no atendimento ao cliente. Lu respondeu todas as mensagens que recebeu naquele dia, mais de 4.500 em um dia. "Naquele momento, era melhor ser odiado do que desconhecido", disse ele ao site.
Hoje, seu negócio já levantou mais de 100 milhões de dólares em investimentos. São 7 milhões de usuários, mais de 300 funcionários e 400.000 pares à venda. Em sua última rodada de investimento, a empresa foi avaliada em 250 milhões de dólares, segundo a Recode e, no início deste ano, ela se fundiu com a loja de varejo Flight Club, uma revendedora icônica no mundo dos sneakershead, os apaixonados pelo estilo.
Ainda que sua grande chance parece ter sido um produto da sorte, Lu conta que o sucesso de sua companhia tem muita relação com o fracasso de suas ideias anteriores.
Lu se formou em ciências da computação e trabalhou com empresas financeiras. Durante seu emprego corporativo, acreditava que poderia criar produtos e empresas mais inspiradoras e desafiadoras. Pediu demissão, para a tristeza dos seus pais, para começar a investir.
Ao lado de seu sócio, começou a criar diversos aplicativos baratos e simples e, ao colocá-los no mercado, sentia ainda mais que estava no caminho certo.
Porém, quando começaram a apostar em negócios mais complexos como lojas, Lu conta que aprendeu lições essenciais para sua jornada como empreendedor. Ele viu que alguns negócios têm crescimento linear e demandam muito investimento e trabalho, então para explodir precisavam apostar em algo exponencial.
"Aprendemos que a chance para o sucesso é muito pequena. Foi bom aprender essas lições difíceis enquanto ainda éramos jovens", diz.
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