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Como o Nubank ganha dinheiro com um cartão sem taxas

O Nubank é uma startup brasileira que oferece cartão de crédito gratuito e digital. Descubra como eles ganham dinheiro sem cobrar taxas.

Cartão de crédito Nubank (Nubank/Facebook/Divulgação)

Cartão de crédito Nubank (Nubank/Facebook/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 8 de julho de 2016 às 09h49.

Última atualização em 11 de maio de 2017 às 11h28.

São Paulo – O Nubank, cartão de crédito mais cobiçado do momento, não tem anuidade ou tarifas, e ainda permite que o cliente controle seus gastos de forma simples pelo smartphone. Com esses benefícios, não é de espantar que mais de 3 milhões de pessoas já tenham pedido o cartão, que está no mercado há pouco mais de três anos.

Mas, afinal, como essa startup brasileira ganha dinheiro, uma vez que oferece um cartão gratuito?

De acordo com Cristina Junqueira, co-fundadora da startup, a principal fonte de receita da empresa é uma taxa chamada interchange. Toda vez que você faz uma compra no cartão de crédito, o lojista paga uma taxa de cerca de 5%. Parte desse dinheiro vai para a máquina do cartão, outra parte para a bandeira (no caso do Nubank é a Mastercard) e uma terceira parte vai para o Nubank.

“Nós desenhamos toda a operação para que a empresa fique de pé só com essa receita. É claro que também ganhamos dinheiro quando o cliente atrasa a fatura ou financia, mas isso é uma pequena parcela de clientes da nossa base”, explica a empreendedora.

Para garantir rentabilidade num modelo como esse, o Nubank aposta, e muito, em eficiência. Desde o início do ano, a empresa praticamente dobrou o número de clientes, sem precisar fazer novas contratações, conta Junqueira. Antes disso, num período de cerca de dois anos, o Nubank saltou de 35 para cerca de 350 funcionários.

“Esse crescimento de clientes sem aumentar a estrutura já é um grande reflexo do investimento em eficiência. Porque não tem milagre. Se a gente gastar um dinheirão com custo, não conseguimos passar isso para o cliente”, afirma.

Outro ponto importante para a startup no momento é garantir a estabilidade de seus sistemas com o crescimento de escala. “Estamos focando em garantir que nada quebre, que o sistema funcione bem, que o atendimento – que é sempre muito elogiado – continue bacana. Uma coisa é garantir isso com 10 mil clientes. Outra coisa é conseguir fazer com 1 milhão”, diz Junqueira.

A empresa não revela seu número exato de clientes. Dos 3 milhões que já pediram o cartão, há pelo menos 400 mil na lista de espera, fora aqueles que tiveram seu pedido negado.

Por enquanto, o Nubank ainda não dá lucro, mas está perto de conseguir fechar a conta, garante a sócia. Junqueira explica que o número de clientes tem crescido muito rapidamente, e que cada cliente novo significa um gasto inicial a mais para a empresa. Porém, os clientes antigos já dão resultado (afinal, cada compra feita é revertida em algum dinheiro para o caixa da empresa).

“Se eu ficasse um mês sem colocar nenhum cliente novo, já ficaria no zero a zero, mas estamos num momento de ampliar essa base”, explica Junqueira.

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