Com aporte de US$ 70 mi, americana Booksy planeja dobrar operação no Brasil
A startup, fundada em 2014 nos EUA, é dona de um aplicativo que ajuda salões de beleza e barbearias a agendar horários e receber pagamentos de seus clientes
Carolina Ingizza
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 18h25.
Última atualização em 27 de janeiro de 2021 às 22h48.
A startup americana Booksy, conhecida por seu aplicativo de reservas para salão de beleza, anunciou nesta quarta-feira, 27, ter levantado uma rodada série C de 70 milhões de dólares liderada pela Cat Rock Capital, com participação da Sprint Capital. Com isso, a empresa soma 119 milhões de dólares recebidos em investimentos.
Os sócios-fundadores, os empreendedores poloneses Stefan Batory e Konrad Howard, disseram que a rodada será usada para financiar a expansão internacional da companhia, a entrada em novas verticais e a aquisição de negócios complementares.
No Brasil, mercado em que atua desde 2016, a Booksy atende quase 3.000 estabelecimentos e tem uma equipe de 30 pessoas. De acordo com Fabio Tintori, diretor da operação brasileira, o aporte vai permitir que a companhia invista mais no país e atinja suas metas de dobrar o número de assinantes e funcionários até o final do ano. Para isso, além de manter o atual escritório em São Paulo, a startup planeja abrir sucursais também no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
Segundo Tintori, também existe a possibilidade de a companhia adquirir negócios no Brasil para acelerar sua expansão no país. Até então, nenhuma transação do tipo foi feita aqui, mas em outros mercados a Booksy já adquiriu três empresas: as polonesas Lavito e Versum e a americana GoPanache.
Como funciona
A Booksy oferece aos estabelecimentos, em sua maioria salões de beleza e barbearias, uma plataforma digital para agendamento de horários e para pagamento. Na prática, a startup atua quase como um marketplace em que os pequenos negócios locais podem oferecer seus serviços aos consumidores. A assinatura custa 99 reais por mês.
Segundo dados da companhia, há vantagens na digitalização da agenda. Além de economizar o tempo dos funcionários, o serviço fideliza os clientes: 20% deles passam a agendar com frequência após usar o app. A taxa de desistência dos serviços também cai cerca de 25% para os estabelecimentos clientes, o que a startup atribui a seus lembretes constantes e à sua política de multa no caso de não comparecimento ao agendamento.
Globalmente, o aplicativo é usado por 13 milhões de consumidores nos Estados Unidos, Reino Unido, Polônia, Espanha, Brasil e África do Sul. Em março, a empresa começa sua operação no México. Segundo o ranking da revista americana Inc, o faturamento da startup cresceu 1,508% nos últimos três anos.
Impacto da pandemia
Em 2020, o negócio foi afetado pela crise do coronavírus, que parou o setor de beleza de todo o mundo por alguns meses. No Brasil, pesquisa do Sebrae com a FGV mostra que ainda em novembro as pequenas e médias empresas do setor estavam com faturamento 44% menor em relação ao período anterior à pandemia. No ápice da crise, em abril, a queda chegou a 76%.
“Como em muitos setores atingidos negativamente pela pandemia, tem sido um momento turbulento para a indústria de beleza e bem-estar, mas estamos confiantes na capacidade do segmento se recuperar. Por isso, é fantástico ver nosso mais recente grupo de investidores compartilhar nosso otimismo e visão”, escreveu, em nota, o presidente Stefan Batory.
O lado positivo da crise foi a diversificação dos setores que utilizam a plataforma da Booksy. Sem poder encontrar seus clientes presencialmente ou precisando organizar os horários de acesso, muitas academias, asilos e instrutores físicos passaram a assinar os serviços da startup.
"Temos acompanhado o desenvolvimento da Booksy de perto nos últimos quatro anos e não poderíamos estar mais impressionados com o progresso que Stefan Batory e a equipe da Booksy posicionaram a empresa para a liderança dos mercados de beleza e bem-estar", escreveu Alex Captain, sócio da Cat Rock Capital.