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Com a vacinação, 54% das PMEs podem retomar faturamento até 18 de agosto

Análise do Sebrae, que toma por base a relação entre o comportamento dos consumidores, o cronograma de vacinação e a aceleração da aplicação das doses, mostra a tendência de retomada para as pequenas empresas

Sebrae: setores como economia criativa e turismo devem demorar mais para retornar à normalidade (Germano Lüders/Exame)
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Carolina Ingizza

Publicado em 12 de abril de 2021 às 14h33.

Um estudo feito pelo Sebrae a partir de dados da Fiocruz e do cronograma para a entrega de vacinas do Ministério da Saúde e dados populacionais do IBGE prevê que, acelerando o ritmo de vacinação , até o próximo dia 18 de agosto, cerca de 9,5 milhões de pequenos negócios podem ter retomado o nível de atividade equivalente ao registrado antes da pandemia .

Isso representa cerca de 54% do universo de microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas brasileiros. São negócios que atuam principalmente nos setores relativamente menos atingidos pela crise e que teriam uma reação mais rápida ao contexto de imunização da população: Comércio de Alimentos, Logística, Negócios Pet, Oficinas e peças, Construção, Indústria de base Tecnológica, Educação, Saúde e bem-estar e Serviços Empresariais.

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De acordo com especialistas, o SUS tem capacidade de aplicar 3,04 milhões de doses diárias. Atualmente, o ritmo de vacinação está próximo a 700 mil doses/dia. De acordo com o estudo do Sebrae, chegando próximo à capacidade do SUS, até o dia 24 de maio 100% dos idosos com mais de 60 anos e dos profissionais da saúde estariam imunizados com duas doses da vacina. No dia 6 de julho, esse grupo seria ampliado com o restante dos grupos prioritários, que incluem profissionais da educação, segurança, transportes, industriais e pessoas com comorbidades.

Assumindo que a vacinação seguiria por grupos de idade, no dia 18 de agosto, 100% das pessoas com mais de 40 anos teriam sido imunizadas. Também nessa data, chegaríamos a dois terços da população imunizada com duas doses. “Sabemos que a vacina é o único meio capaz de devolver a economia ao eixo da normalidade. Por isso, apoiamos todas as iniciativas que têm sido adotadas para ampliar a disponibilidade de vacinas para a população. Quanto mais rápido imunizarmos todos os brasileiros, mais rápida será a retomada dos pequenos negócios”, comenta o presidente do Sebrae, Carlos Meles.

Ainda de acordo com o estudo realizado pelo Sebrae, outros setores da economia, pelas suas particularidades, retornariam mais lentamente ao estágio verificado antes do início da pandemia. É o caso dos segmentos de Bares e Restaurantes, Artesanato e Moda, que só retomariam esse nível de atividade por volta do dia 11 de outubro, quando 100% das pessoas com mais de 25 anos estariam imunizadas. Já o setor de Beleza só alcançaria o estágio de faturamento equivalente ao pré-pandemia em 27 de outubro. Segundo o estudo feito pelo Sebrae, os setores de Turismo e Economia Criativa devem demorar ainda mais, voltando ao patamar de faturamento anterior à pandemia apenas em 2022, mesmo que 100% da população já tenha sido vacinada até dezembro desse ano.

“A pandemia mudou muitos dos hábitos de consumo da população. Mesmo com o avanço significativo da vacinação, alguns comportamentos não serão alterados rapidamente. A tendência é que o consumo por meio da internet continue em alta. Assim como é esperado que as pessoas continuem evitando grandes concentrações ainda por algum tempo. Por esse motivo, atividades como Economia Criativa e Turismo levarão um tempo maior para voltar ao mesmo padrão de faturamento anterior à crise”, comenta o presidente do Sebrae.

Socorro aos pequenos negócios

Enquanto acompanha a evolução da vacinação e a gradativa retomada dos diferentes setores da economia, o Sebrae estruturou um plano de apoio aos pequenos negócios, dividido em três fases. A primeira – que é o momento atual de Isolamento – prevê uma série de ações voltadas a apoiar os pequenos negócios na abertura de novos mercados (digitalização das empresas), melhorar as finanças do negócio e desenvolver ações junto ao Congresso e ao governo para melhoria das políticas públicas.

“No aspecto do Mercado, estamos negociando com o Facebook, iFood, Magazine Luiza e Amazon para impulsionar a participação do Pequenos Negócios nas grandes plataformas digitais de negócios. Quanto à melhoria das finanças das empresas, estamos orientando os empreendedores sobre como renegociar os empréstimos adquiridos via Pronampe no ano passado, assim como efetuar a portabilidade de dívidas e acessar crédito junto à Caixa, com quem o Sebrae tem parceria para crédito, ou por meio de fintechs, que já oferecem financiamento para esse público. Por fim, depois da aprovação do novo Auxílio Emergencial e da extensão do prazo para pagamento dos tributos do Simples Nacional, estamos trabalhando agora junto ao Congresso e governo pela aprovação do Pronampe permanente, pela renovação das MPs que flexibilizaram as regras trabalhistas e pela renegociação das dívidas tributárias”, comenta Carlos Melles.

Na fase 2, que é o estágio da flexibilização das medidas de isolamento social, o Sebrae vai reforçar a atenção dos pequenos negócios quanto à importância de continuar observando os protocolos de higiene e saúde e vai abrir espaço também para orientar os empreendedores na renegociação de dívidas e empréstimos, bem como a remodelagem das empresas. “Muitos empresários e empresárias vão precisar reformular seus modelos de negócio para continuarem em operação”, diz o presidente do Sebrae.

Por fim, na fase 3, que é o período pós-vacina, o Sebrae vai trabalhar para apoiar os novos negócios que deverão surgir. Além disso, o foco deve voltar para uma questão estrutural da economia brasileira, a partir da melhoria da produtividade das empresas, e para incentivar a inteligência de negócios, para que o pequeno empreendedor possa se preparar para um mercado consumidor em constante mudança.

“Nossa expectativa é que, no momento em que a população esteja vacinada, muitos empreendedores que fecharam as portas por conta da crise resolvam abrir novas empresas, assim como devem surgir novos empresários, movidos pelas oportunidades que serão criadas nesse novo momento da sociedade e da economia”, avalia Carlos Melles.

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