Clube do livro TAG fatura R$ 36 milhões e mira mundo corporativo
Clube tem conversado com empresas interessadas em um produto voltado para formação de lideranças; meta é terminar 2020 com 60 mil assinantes
Mariana Desidério
Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2020 às 06h00.
Em um país com poucos leitores, o clube do livro TAG não tem do que reclamar. A empresa fechou 2019 com 50 mil assinantes e faturamento de 36 milhões de reais -- crescimento de 38% em relação a 2018. “Sempre quisemos chegar a 50 mil assinantes e não sabíamos se seria possível”, diz Arthur Dambros, um dos fundadores.
Fundada em 2014, a empresa começou com uma proposta simples: enviar um livro diferente todo mês para a casa do assinante. De lá para cá, algumas novidades surgiram. Uma delas foi o clube Inéditos, focado em best-sellers internacionais ainda sem edição no Brasil.
No final de 2019, a empresa também lançou o Cabeceira, um aplicativo de gestão de leitura, que é gratuito e pode ser usado inclusive por quem não é assinante do clube. “Percebemos que havia uma comunidade que acompanhava o TAG mas não era assinante e criamos esse produto, que gera um engajamento de leitura”, diz.
Outro produto iniciado no ano passado e que deve ganhar corpo agora são os podcasts, com discussões sobre as obras lidas no clube. “A ideia do podcast é que o contato com livro não termina na última página”, diz Dambros.
Para 2020, a meta é chegar a um faturamento de cerca de 45 milhões de reais, e 60 mil assinantes. Um dos planos é colocar para rodar um clube focado no mundo corporativo. “Temos tido contato com empresas interessadas em um clube voltado para a formação de lideranças, usando o livro como ferramenta de desenvolvimento”, afirma.
A TAG também deve avançar esse ano no desenvolvimento de sua presença no mundo físico. No ano passado, o clube esteve presente na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Em fevereiro, iniciou uma parceria com a Livraria da Vila, com um espaço dentro da loja para seus kits. Em 2020, a ideia é repetir a experiência na Flip e pensar outros formatos para se aproximar do público leitor fora do mundo virtual.
Outro objetivo é desenhar a internacionalização do clube, um projeto que deve começar a ganhar corpo agora. A ideia ainda está em estágio inicial, mas a prioridade deve ser para expandir pela América Latina.
Para dar conta dos projetos, a empresa, que chegou até aqui com capital próprio, estuda levantar investimento. “Chegamos até aqui com nossas próprias pernas, agora consideramos um investimento para conseguirmos alçar voos mais altos”, afirma.
O desafio é dar conta de todos esses projetos mantendo a qualidade no negócio principal, que é clube do livro. Para isso, a TAG vai precisar de organização interna e foco. Outro desafio depende de uma ajuda de fora. O mercado editorial tem vivido tempos difíceis em meio à crise econômica.