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O cliente faz o produto

O carioca Fabio Seixas, de 34 anos, não sabia nem fazer barra de calça quando, em 2005, fundou a confecção online Camiseteria. Seu sócio, Rodrigo David, de 33 anos, também não. Seixas é analista de sistemas. David, designer. Eles se inspiraram num concurso de um site americano para bolar um modelo de negócio em que […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O carioca Fabio Seixas, de 34 anos, não sabia nem fazer barra de calça quando, em 2005, fundou a confecção online Camiseteria. Seu sócio, Rodrigo David, de 33 anos, também não. Seixas é analista de sistemas. David, designer. Eles se inspiraram num concurso de um site americano para bolar um modelo de negócio em que o produto final é desenvolvido pelo próprio cliente.

Qualquer pessoa pode enviar uma proposta de estampa à Camiseteria. Se cumprir certos pré-requisitos, o desenho é exibido no site da empresa, junto com esboços de outros internautas. Depois, os clientes dão notas às ideias. Somente as estampas que recebem nota mínima são impressas nas coleções. Seus autores recebem 600 reais, além de 400 reais em produtos da marca.

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Audiência, na Camiseteria, é vital. "Se pouca gente mandar desenhos e menos gente ainda quiser votar, nada disso dará certo", diz Seixas. "É preciso atrair visitas e ainda fazer das eleições um hábito." Para divulgar o negócio, Seixas resolveu usar um blog, que fica dentro do site. Na época, algumas grandes empresas já tinham blogs corporativos, utilizados para colher sugestões ou reclamações do público. Na Camiseteria, o blog é mais que um canal de relacionamentos genérico. "Para nós, é também uma ferramenta para desenvolver novos produtos", diz Seixas.

No início, Seixas escrevia sobre os bastidores da fundação da empresa, postava fotos dos primeiros clientes vestidos com as camisetas e anunciava sorteios. Num ou noutro post, convidava os leitores a dar notas às estampas em processo de escolha e a mandar mais e mais desenhos. Deu certo. Hoje, o movimento no site já permite lançar até 800 camisetas por semana. Cerca de dois terços desse volume são estampados com desenhos recém-aprovados. O restante é reedição de alguma estampa cujo estoque acabou. Produzindo apenas camisetas com desenhos pré-aprovados ou relançando itens cuja procura seja maior que a demanda, a Camiseteria não ganha muito na escala -- o preço médio das camisetas é 55 reais, mais ou menos o dobro de uma Hering básica. Em compensação, minimiza o risco de ser paralisada por encalhes, comuns nas empresas de moda -- apenas 2% dos modelos não são vendidos num prazo de cinco semanas. "É um resultado excepcional nesse setor", diz o consultor de varejo Eugênio Foganholo. (Carla Aranha)

Fabio Seixas
Camiseteria, confecção, Rio de Janeiro, RJ
Faturamento: 1,8 milhão de reais(1)
Ferramenta: Blog
Uso comum nos negócios: Manter um canal oficial de interação com os clientes
O que a Camiseteria faz: Desenvolve novos produtos com ajuda dos internautas
Resultado: Praticamente não há nenhum encalhe
(1) Previsão para 2009

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