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CI&T, uma empresa exemplar para os funcionários

Meritocracia, flexibilidade, benefícios. O que a empresa paulista CI&T ganha ao ser considerada pelos funcionários um bom lugar para trabalhar

Gon, da CI&T: "Cobro só os resultados" (Fabiano Accorsi)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2012 às 05h00.

Poucas coisas são capazes de perturbar o engenheiro paulista César Gon, de 41 anos, dono da CI&T, empresa de tecnologia da informação de Campinas, no interior do estado de São Paulo. Normalmente sorridente e conversador, Gon fica bastante amuado quando um de seus quase 1. 500 funcionários decide ir embora. "Isso não é frequente, mesmo com os convites que a concorrência faz para eles ganharem mais", diz Gon. "Considerando quem saiu e quem entrou, a taxa de rotatividade ficou em 5% em 2011. No nosso setor é 20%."

A CI&T é um negócio em expansão. Seu faturamento em 2011 chegou a 135 milhões de reais — 35% mais do que o obtido em 2010. A produtividade também está em alta. As receitas por funcionário no ano passado foram de 108.700 reais — 14% mais do que em 2007. A previsão é chegar a 120.600 reais até dezembro. "Temos um crescimento constante e sustentável", diz Gon. "Atribuo esse bom desempenho aos ótimos funcionários que estamos conseguindo manter desde 1995, quando a empresa nasceu."

Não é apenas o dinheiro que atrai talentos para a CI&T. "Pagamos salários na média do mercado", diz Gon. Ele acredita que a fidelidade dos funcionários se deve principalmente a uma filosofia de trabalho que reúne meritocracia e flexibilidade. "Eu cobro resultados”, diz ele. "Ofereço condições para que as pessoas os obtenham e dou liberdade para que possam trabalhar em paz."

Muitas das práticas da CI&T fazem parte da lista de 35 itens que aparecem nesta reportagem de capa sobre como aumentar a produtividade do pessoal ao construir um ambiente agradável. Além de políticas para o bolso (como participação nos lucros e plano de carreira), há iniciativas para o corpo (como planos de qualidade de vida e exames médicos pagos pela empresa) e  para a mente (como um programa feito para o funcionário desabafar sobre qualquer tipo de preocupação). Eis alguns exemplos:

Carreira

O plano de carreira prevê promoções anuais, dependendo das vagas e do desempenho. Cristiano Gimenez, de 38 anos, comanda os 70 funcionários da filial da empresa em Buenos Aires, na Argentina, aberta em 2011. Gimenez foi contratado como responsável técnico em 2008 e, desde então, foi promovido cinco vezes. "Ganho mais que o triplo de quando entrei", diz Gimenez. "Estou feliz com a minha carreira."


Mentores  Como todos na CI&T, Gimenez contou com o apoio de mentores internos para ajudá-lo a desenvolver seu potencial de liderança. Às vezes, os mentores apontavam coisas simples, mas que tinham impacto no âmbito geral. “Eu gostava de mandar e-mails para tudo”, diz Gimenez. “Meus mentores me convenceram de que  aquela postura não me deixava conhecer melhor os colegas.”

Benefícios

São oferecidos oito pacotes de benefícios. Três (plano de saúde, seguro de vida e vale-refeição) são recebidos por todos, sem exceção. No caso dos outros cinco (subsídio para cursos de idiomas e de especialização, transporte em ônibus fretados, estacionamento, plano odontológico e vale-compras de alimentos), o funcionário pode adaptá-los conforme sua conveniência. Casado e pai de dois filhos, o  gerente Fernando Ostanelli, de 36 anos, tem muitos gastos com alimentação. Por isso, abriu mão da ajuda para transporte por um valor maior de vales para alimentos.

Criatividade

Um comitê de executivos e sócios se reúne mensalmente para avaliar sugestões dos empregados, dadas pes­soal­mente ou por e-mail. Quem tem a ideia aprovada ganha viagens ou jantares. Há pouco tempo, um engenheiro propôs que as equipes de criação de softwares ficassem permanentemente conectadas aos clientes por meio de computadores com câmeras. A medida aumentou a agilidade e ainda diminuiu as visitas aos clientes. “Agora tiro dúvidas em tempo real”, diz Cristiano Barbieri, de 37 anos, diretor de TI da seguradora Sul­América, cliente da CI&T.

Flexibilidade

É comum ver as pessoas de bermuda e camiseta, especialmente no verão. Há liberdade de sair mais cedo ou chegar mais tarde, compensar depois ou trabalhar de casa. “Não fico controlando esse tipo de coisa”, afirma Gon.

Saúde emocional

Na CI&T, os chefes são encorajados a ouvir os subordinados  sempre, mesmo em questões pessoais. “Fiquei meio desconcentrado quando me separei, em 2011”, diz Gabriel Marostegam, de 31 anos, um dos responsáveis pela área de negócios. “O apoio de meu chefe ajudou muito naquela fase tão difícil.”

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Poucas coisas são capazes de perturbar o engenheiro paulista César Gon, de 41 anos, dono da CI&T, empresa de tecnologia da informação de Campinas, no interior do estado de São Paulo. Normalmente sorridente e conversador, Gon fica bastante amuado quando um de seus quase 1. 500 funcionários decide ir embora. "Isso não é frequente, mesmo com os convites que a concorrência faz para eles ganharem mais", diz Gon. "Considerando quem saiu e quem entrou, a taxa de rotatividade ficou em 5% em 2011. No nosso setor é 20%."

A CI&T é um negócio em expansão. Seu faturamento em 2011 chegou a 135 milhões de reais — 35% mais do que o obtido em 2010. A produtividade também está em alta. As receitas por funcionário no ano passado foram de 108.700 reais — 14% mais do que em 2007. A previsão é chegar a 120.600 reais até dezembro. "Temos um crescimento constante e sustentável", diz Gon. "Atribuo esse bom desempenho aos ótimos funcionários que estamos conseguindo manter desde 1995, quando a empresa nasceu."

Não é apenas o dinheiro que atrai talentos para a CI&T. "Pagamos salários na média do mercado", diz Gon. Ele acredita que a fidelidade dos funcionários se deve principalmente a uma filosofia de trabalho que reúne meritocracia e flexibilidade. "Eu cobro resultados”, diz ele. "Ofereço condições para que as pessoas os obtenham e dou liberdade para que possam trabalhar em paz."

Muitas das práticas da CI&T fazem parte da lista de 35 itens que aparecem nesta reportagem de capa sobre como aumentar a produtividade do pessoal ao construir um ambiente agradável. Além de políticas para o bolso (como participação nos lucros e plano de carreira), há iniciativas para o corpo (como planos de qualidade de vida e exames médicos pagos pela empresa) e  para a mente (como um programa feito para o funcionário desabafar sobre qualquer tipo de preocupação). Eis alguns exemplos:

Carreira

O plano de carreira prevê promoções anuais, dependendo das vagas e do desempenho. Cristiano Gimenez, de 38 anos, comanda os 70 funcionários da filial da empresa em Buenos Aires, na Argentina, aberta em 2011. Gimenez foi contratado como responsável técnico em 2008 e, desde então, foi promovido cinco vezes. "Ganho mais que o triplo de quando entrei", diz Gimenez. "Estou feliz com a minha carreira."


Mentores  Como todos na CI&T, Gimenez contou com o apoio de mentores internos para ajudá-lo a desenvolver seu potencial de liderança. Às vezes, os mentores apontavam coisas simples, mas que tinham impacto no âmbito geral. “Eu gostava de mandar e-mails para tudo”, diz Gimenez. “Meus mentores me convenceram de que  aquela postura não me deixava conhecer melhor os colegas.”

Benefícios

São oferecidos oito pacotes de benefícios. Três (plano de saúde, seguro de vida e vale-refeição) são recebidos por todos, sem exceção. No caso dos outros cinco (subsídio para cursos de idiomas e de especialização, transporte em ônibus fretados, estacionamento, plano odontológico e vale-compras de alimentos), o funcionário pode adaptá-los conforme sua conveniência. Casado e pai de dois filhos, o  gerente Fernando Ostanelli, de 36 anos, tem muitos gastos com alimentação. Por isso, abriu mão da ajuda para transporte por um valor maior de vales para alimentos.

Criatividade

Um comitê de executivos e sócios se reúne mensalmente para avaliar sugestões dos empregados, dadas pes­soal­mente ou por e-mail. Quem tem a ideia aprovada ganha viagens ou jantares. Há pouco tempo, um engenheiro propôs que as equipes de criação de softwares ficassem permanentemente conectadas aos clientes por meio de computadores com câmeras. A medida aumentou a agilidade e ainda diminuiu as visitas aos clientes. “Agora tiro dúvidas em tempo real”, diz Cristiano Barbieri, de 37 anos, diretor de TI da seguradora Sul­América, cliente da CI&T.

Flexibilidade

É comum ver as pessoas de bermuda e camiseta, especialmente no verão. Há liberdade de sair mais cedo ou chegar mais tarde, compensar depois ou trabalhar de casa. “Não fico controlando esse tipo de coisa”, afirma Gon.

Saúde emocional

Na CI&T, os chefes são encorajados a ouvir os subordinados  sempre, mesmo em questões pessoais. “Fiquei meio desconcentrado quando me separei, em 2011”, diz Gabriel Marostegam, de 31 anos, um dos responsáveis pela área de negócios. “O apoio de meu chefe ajudou muito naquela fase tão difícil.”

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